Carlson, que é próximo ao ex-presidente Donald Trump, fez poucas perguntas difíceis e ouviu os pontos de vista de Putin sobre a história russa, retratando o país como vítima de traições ocidentais.
O presidente russo defendeu a decisão de invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022. Ele afirmou ainda que, agora, o Ocidente sabe que a Rússia não será derrotada, mesmo com a ajuda dos Estados Unidos, Europa e Otan a Kiev.
“Houve alvoroço e clamor sobre infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha, mas agora aparentemente estão percebendo que é difícil conseguir isso, se é que é possível. Na minha opinião, é impossível por definição”, afirmou. “Nunca vai acontecer.”
Ele também aproveitou para enviar uma mensagem ao Congresso dos Estados Unidos, onde os republicanos, sob a influência de Trump, estão cada vez mais relutantes em continuar apoiando a Ucrânia com armas e ajuda militar.
“Vou dizer o que estamos dizendo sobre este assunto e o que estamos transmitindo aos líderes americanos. Se realmente querem parar de lutar, devem parar de fornecer armas”, disse.
Quando perguntado se Moscou consideraria invadir outros países da região, como Polônia e Letônia, Putin respondeu “não ter interesse”.
“Você pode imaginar um cenário em que envie tropas russas para a Polônia?”, perguntou Carlson. “Apenas em um caso, se a Polônia atacar a Rússia“, respondeu Putin.
“Não temos interesse na Polônia, Letônia ou qualquer outro lugar. Por que faríamos isso? Simplesmente não temos interesse.”
Além disso, o presidente russo descartou que as relações entre Washington e Moscou vão mudar com a eleição de um novo presidente norte-americano.
“Você acabou de me perguntar se a vinda de outro líder muda alguma coisa? Não se trata do líder. Não se trata da personalidade de uma pessoa em particular”, respondeu na entrevista.
Carlson não fez perguntas a Putin sobre sua relação com Trump.
Quando era presidente e desde que foi derrotado por Biden nas eleições de 2020, Trump elogiou repetidamente Putin.
O ex-presidente não condenou a invasão da Ucrânia e afirma em seus comícios que, se fosse reeleito, poderia resolver a guerra em “24 horas”, embora sem dizer como.
Por outro lado, Biden chamou Putin de “criminoso de guerra” e tornou o apoio ao governo ucraniano uma das prioridades de sua administração.
Na entrevista de mais de duas horas com o ex-apresentador da Fox News, Putin também disse que “pode ser alcançado um acordo” sobre o jornalista americano Evan Gershkovich, detido há quase um ano na Rússia.
“Não há tabus para resolver este assunto. Estamos dispostos a resolvê-lo, mas há certas condições que estão sendo discutidas através dos canais dos serviços especiais. Acredito que um acordo pode ser alcançado”, declarou Putin.
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Por: G1
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