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Quem é Demétrius Oliveira de Macedo, advogado que espancou procuradora-geral durante expediente em prefeitura

today22 de junho de 2022 57

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Veja, no vídeo abaixo, o momento da agressão

Vídeo flagra procuradora sendo brutalmente agredida em prefeitura em São Paulo



Vídeo flagra procuradora sendo brutalmente agredida em prefeitura em São Paulo

Formado em Direito, em 2010, pelo Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), hoje Universidade São Judas, em Santos, no litoral de São Paulo, Demétrius passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no ano seguinte, em 2011, tornando-se apto a exercer a profissão. No mesmo ano, começou a carreira na Prefeitura de Registro.

A procuradora-geral Gabriela conta que o perfil de Demétrius mudou logo após ela ter sido promovida, em 2019. A vítima relata que os dois trabalharam juntos por quase 10 anos e, até 2018, conversavam e saiam com a equipe da procuradoria (veja relato abaixo).

“De lá pra cá, segundo ela, tornou-se “antissocial”. “Não conversava com a gente, não dava ‘bom dia’, não cumprimentava na rua, não era colaborativo, não se integrava no trabalho. Era praticamente impossível um trabalho em grupo com ele”, relatou a vítima.

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O personal trainer de uma academia que Demétrius frequentou até 2019, em Registro, preferiu não se identificar, mas contou que o procurador era um “cara de poucas palavras”.

“Na academia, entrava mudo e saia calado. Às vezes, me cumprimentava, mas não lembro de vê-lo falando com outros colegas”.

Ela afirma que o contato com o agressor era “superficial” e cordial. “Sempre foi muito educado . Ele costumava me cumprimentar. Às vezes falávamos sobre futebol, mas, no geral, era uma pessoa extremamente quieta”.

O profissional de Educação Física, porém, se mostrou surpreso quando viu o vídeo das agressões. “Não esperava esse tipo de comportamento dele. O contato superficial que eu tinha jamais demonstrou que ele faria o que fez. Mas um cara muito quieto, muito fechado, sei lá. É muito estranho”.

Ao g1, agente administrativa, Thainan Maria Tanaka, de 29 anos, que trabalhou com Macedo, revelou o medo que sente do que ele possa fazer, uma vez que ainda se encontra em liberdade. Por conta disso, afirma que não fica mais sozinha e que não anda mais a pé na rua. A profissional, inclusive, parou de andar de moto, porque acredita estar mais segura de carro.

“Eu não sei ‘da onde’ que sai a implicância dele comigo. Tenho medo de andar na rua, tenho medo dele passar de carro e querer passar em cima de mim, porque agora ele não tem mais nada a perder”, desabafa.

A Justiça decretou a prisão preventiva do procurador Demétrius Oliveira de Macedo, que agrediu a procuradora-geral da Prefeitura de Registro, Gabriela Samadello Monteiro de Barros. O pedido foi apresentado na tarde desta quarta-feira (22), na 1ª Vara Criminal da cidade, pelo delegado Daniel Vaz Rocha, que está responsável pelo caso.

No pedido, o delegado apontou que o acusado “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública”.

“A agressão do procurador de Registro a uma colega não ficará impune. A Polícia Civil acaba de pedir a prisão do agressor Demétrius Macedo. Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher”, disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB), que visitou Peruíbe e São Vicente, ambas no litoral de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (22).

Ainda de acordo com a Polícia Civil, a investigação instaurada para apurar o caso reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral para fundamentar o pedido de prisão preventiva.

Conforme reportado pelo g1, o delegado Fernando Carvalho Gregório, também do 1º Distrito Policial (DP) do município, onde o caso é investigado, alegou que o agressor foi liberado inicialmente por “falta de flagrante”. Macedo recebeu a liberação logo após a elaboração de um boletim de ocorrência (BO) no local.

A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) divulgou uma nota para expressar sua solidariedade com a procuradora Gabriela Samadello Monteiro de Barros e se posicionar sobre a agressão.

“A ANPM repudia a conduta violenta perpetrada pelo servidor identificado como Demétrius Oliveira de Macedo que, conforme noticiado, tinha sua atuação funcional avaliada através de um procedimento disciplinar a cargo da vítima”, complementou a associação.

A mulher agredida é Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos. Ela é procuradora-geral de Registro, no interior de São Paulo, e a procuradora chefe do agressor. Gabriela estava no local de trabalho quando sofreu a agressão.

Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, também é procurador de Registro. O autor das agressões já havia apresentado comportamento suspeito e sido grosseiro com outra funcionária do setor, conforme relatado por Gabriela à polícia civil.

3.O que motivou a agressão?

A procuradora havia cobrado providências sobre o episódio de grosseria contra uma funcionária, pois ela estava com medo de trabalhar no mesmo ambiente que Macedo e enviou um memorando à Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo.

Na segunda-feira (20), foi publicada no Diário Oficial do município a criação de uma comissão para apurar os fatos. Provavelmente, segundo Gabriela, foi isso que desencadeou as agressões.

4.Quais os detalhes da agressão?

O caso aconteceu na tarde de segunda-feira (20), por volta das 16h50, na sala da procuradoria geral do município, dentro da prefeitura. A ação filmada por outra funcionária mostra que Macedo desferiu socos e chutou a colega, que estava trabalhando quando foi surpreendida pelo ataque.

Segundo consta no Boletim de Ocorrência (BO), ele a agrediu primeiro com uma cotovelada na cabeça e continuou com socos no rosto. A procuradora informou ter tentado se defender e, inclusive, recebeu ajuda de uma funcionária, que foi empurrada contra a porta e bateu as costas na maçaneta.

Livre para continuar as agressões, Macedo continuou dando socos e chutes, mesmo com outras duas funcionárias tentando contê-lo. Em determinado momento, Gabriela conseguiu ser retirada da frente do agressor.

Também é possível ouvir no vídeo que ele ofende a procuradora várias vezes. Assim que ouviram os gritos, dois funcionários do setor jurídico foram até o local e conseguiram controlar o procurador.

5.Quais as declarações da vítima?

Gabriela afirmou que temia uma revolta de Macedo contra ela. “Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate boca’, uma discussão”.

A procuradora também afirmou que se sentiu desrespeitada diante das agressões. “Foi exposta a minha dignidade. Como mulher, fui desrespeitada, assim como servidora pública. Enfim, foi um desrespeito global da minha personalidade como mulher”, desabafou.

Agora, Gabriela quer que Macedo seja processado em decorrência das agressões e ofensas contra ela.

6.O que o agressor disse à polícia?

Demétrius Oliveira Macedo disse à polícia civil que sofria assédio moral no local de trabalho. “Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral”, afirmou Fernando Carvalho Gregório, delegado do 1º Distrito Policial do município, em entrevista à TV Tribuna, afiliada à Rede Globo.

Agressor da procuradora foi ouvido pela Policia Civil e liberado na sequência, uma vez que o delegado responsável pelo caso considerou não haver flagrante.

“Eu entendi que não havia uma situação de flagrante, e sim um fato criminoso. É claro que deveria ser devidamente apurado. Por isso, fizemos o registro da ocorrência e tomamos todas as diligências cabíveis na ocasião”, explicou Gregório.

O delegado também esclareceu que o fato é analisado pelo Ministério Público (MP) e Poder Judiciário (PJ). “Ao final de todos os trabalhos, teremos uma conclusão das investigações num processo, e uma eventual condenação”, ressaltou a autoridade policial, que acrescentou não ser possível antecipar um resultado sem que tenham sido realizadas as devidas investigações.

8.O agressor será exonerado?

Como medida imediata para punir a agressão, a prefeitura de Registro publicou no Diário Oficial Nº 1076, a portaria Nº 525/2022, determinando a suspensão preventiva de Macedo.

Conforme descrito nos atos oficiais, o procurador ficará suspenso por 30 dias, sem receber salário, a contar desde o dia 21 de junho, data da agressão.

De acordo com a explicação da prefeitura, essa medida faz parte do processo administrativo que deve cominar na exoneração de Macedo. “É necessário seguir essa etapa e os tramites legais para que a decisão seja tomada de maneira consistente”, esclareceu.

9.O que diz a prefeitura?

A administração municipal, por meio de nota, manifestou “mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência”.

“Reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. Os servidores da Procuradoria Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, escreveu.

A administração municipal disse ainda aos demais servidores: “recebam nosso amparo e saibam que a prática de violência é veementemente repudiada e será severamente punida”.

10.O que diz a Associação Nacional dos Procuradores Municipais?

A Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) afirmou em nota que se solidariza com a Procuradora Municipal e repudia a conduta violenta de Macedo.

“A vítima foi agredida por razões ligadas ao exercício do cargo enquanto o agressor, ao que tudo indica, agiu motivado por um intuito criminoso. A ANPM reafirma seu compromisso de conscientização, prevenção e enfrentamento ao assédio no âmbito da advocacia e a todas as formas de violência praticadas contra a mulher”.

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Por: G1

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