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O texto, publicado por meio de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), entrou em vigor nesta quinta-feira (21).
Na prática, ele modifica ou revoga mais de 350 normas e viabiliza a desregulamentação econômica do país — de modo que o Estado interfira o mínimo possível na economia. A medida é uma das promessas de campanha de Milei, um economista ultraliberal.
“Estamos fazendo o máximo para tentar diminuir a crise que herdamos”, disse o presidente ao anunciar o pacote, chamado na imprensa argentina de “decretazo” (“decretão”, em tradução livre).
O texto entra em vigor imediatamente. Nos próximos dias, será analisado por uma comissão formada na Câmara e no Senado, para então ser votado no Congresso.
Vale ressaltar que o Decreto de Necessidade de Urgência está previsto na Constituição Nacional argentina, mas o uso por Milei ainda pode ser questionado na Justiça.
Para advogados constitucionalistas ouvidos pelo jornal argentino La Nación, nesse caso, o DNU não atende aos requisitos de urgência necessários para sua aplicação.
Os especialistas afirmam que Milei teria ultrapassado seus poderes, avançando sobre as competências do Congresso. Destacam ainda o fato de o decreto não ter passado pelo filtro da jurisprudência do Supremo do país.
Entenda abaixo os principais pontos do decreto e seus impactos na economia argentina.
Na análise do economista Bruno Musa, sócio da AcquaVero Investimentos, os decretos miram principalmente a flexibilização dos preços, permitindo que sejam determinados pela livre oferta e demanda. O objetivo seria incentivar a produção e, assim, evitar a escassez.
Um item de destaque do decreto prevê a “modernização do regime de trabalho para facilitar os processos de geração de emprego genuíno”. A expectativa é que, na prática, essas alterações signifiquem uma profunda reforma trabalhista no país.
Pelo texto, o objetivo do governo é “reforçar o princípio da liberdade contratual entre as partes”, o que inclui a garantia de que “as obrigações contratuais em moeda estrangeira sejam pagas na moeda acordada”.
O economista Bruno Musa acredita que as medidas vão, de fato, promover flexibilização dos contratos e, consequentemente, do mercado de trabalho.
O especialista também destaca um trecho do decreto que determina que os acordos trabalhistas terão de ser, obrigatoriamente, firmados entre as partes, sem intervenção do Estado.
“Mais fácil de contratar, mais fácil de demitir. Isso significa uma economia mais pujante, sem qualquer intervenção estatal em determinar o preço dos serviços”, afirma.
Nesse contexto, o jornal argentino Infobae destacou que a reforma trabalhista deve iniciar uma “relação tempestuosa entre o novo governo e o sindicalismo”.
Novas medidas econômicas anunciadas por Milei geram polêmicas
Nessa mesma frente, o novo decreto de Milei determina que, em caso de greves de setores e serviços considerados essenciais, pelo menos 75% dessas atividades permaneçam em funcionamento. A regra vale para hospitais, serviços de transporte de água, combustíveis, educação infantil, entre outros.
O trecho também estabelece funcionamento de, no mínimo, 50% para atividades de “importância transcendental” — caso dos correios, da comercialização de alimentos e serviços bancários e financeiros.
Outro ponto de conflito está na mudança na regra de pagamentos das “cotas solidárias” aos sindicatos, que eram obrigatórios para afiliados e não afiliados. Agora, qualquer pagamento só será realizado com consentimento e autorização explícita do trabalhador.
Assim como no mercado de trabalho, Milei também fez importantes modificações nas regras sobre o comércio na Argentina.
Uma delas é a revogação da Lei das Gôndolas, que estabelecia que as prateleiras de supermercados deveriam oferecer produtos de empresas pequenas e regionais. A norma também limitava a quantidade de itens de uma mesma marca.
O novo decreto revogou ainda a Lei do Abastecimento, que permitia que o governo limitasse os aumentos de preços.
De acordo com Musa, da AcquaVero, essas medidas promovem a liberdade econômica de preços e devem ajudar o país a enfrentar a inflação no médio e no longo prazo. Atualmente, o índice de preços do país já passa de 160% no ano.
Na avaliação do economista, o controle de preços — que até então era praticado pelo governo — tende a gerar uma sensação de benefício no curto prazo. Ele aponta, no entanto, que o efeito prático nesse caso tende a ser o contrário: aumento da pressão inflacionária.
“Os preços são determinados pela lei da oferta e demanda. Se você tabela um preço, isso leva à falta de produção. Ou seja, os empreendedores deixam de produzir esses produtos que não compensam mais no preço acordado, uma vez que [a regulamentação dos preços] é uma medida para segurar artificialmente a inflação”, pontua.
No mesmo sentido, o governo revogou a Lei do Aluguel, que estabelecia contratos de três anos e proibia acordos em dólares. Com a mudança, os aluguéis terão duração de dois anos, com atualizações semestrais, e os contratos também poderão ser firmados em dólares.
O economista Roberto Luis Troster disse, em entrevista à GloboNews, que essas medidas devem causar uma rápida disparada da inflação no curto prazo, justamente pelo fim do controle dos preços.
Isso deve ter um peso importante no bolso dos consumidores argentinos — principalmente em um momento em que a pobreza atinge cerca de 40% da população.
Por outro lado, como a economia argentina já é muito ligada ao dólar (a população prioriza manter suas reservas na moeda norte-americana por conta da desvalorização do peso argentino), Troster considera que o processo de desinflação (queda nos preços) também não deve demorar a começar.
Protestos e ´terapia de choque´: economista analisa os primeiros dias de Milei
Além da reforma trabalhista e do fim do controle de preços, o decreto de Milei também abarca uma de suas principais promessas para a economia: a privatização das empresas estatais.
São três as principais mudanças que abrem esses espaços:
Para o economista Bruno Musa, as mudanças no mercado de trabalho e o fim da regulação dos preços deve garantir maior segurança jurídica, institucional e econômica à Argentina. “É o que atrai investimentos no médio e longo prazo”, diz.
Neste contexto, o próximo passo seria iniciar as privatizações, apontam especialistas.
Em um primeiro momento, o processo de venda de estatais à iniciativa privada pode gerar uma forte onda de demissões no país, assim como ocorreu no período do Plano Cavallo. Hoje, a taxa de desemprego na Argentina gira em torno de 7% da população.
Porém, para o longo prazo, as perspectivas são otimistas, uma vez que a expectativa é que as mudanças atraiam mais investimentos estrangeiros para o país.
Sobre a possibilidade de as medidas apresentarem os efeitos desejáveis, o economista Bruno Musa acredita que Milei terá seus primeiros resultados em até dois anos — apesar das dificuldades que o novo presidente deve enfrentar no Congresso.
Por: G1
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