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Regime iraniano respondeu com mais opressão aos protestos incentivados da prisão por Narges Mohammadi

today6 de outubro de 2023 15

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“O que o governo não compreende é que quanto mais de nós eles prendem, mais forte nos tornamos”, escreveu Mohammadi, de 51 anos, em artigo publicado no mês passado no jornal “The New York Times”, de sua cela na prisão de Evin, em Teerã, onde cumpre pena de 10 anos e nove meses .

Ao empreender a defesa dos direitos das mulheres, ela segue os passos de outra ativista agraciada, em 2003 com o Nobel da Paz: a ex-juíza Shrin Ebadi, fundadora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã, do qual Mohammadi é vice-chefe.

O regime vem intensificando ações contundentes contra as mulheres, que no ano passado, se rebelaram contra o rigoroso código de vestimenta, após a morte da jovem de etnia curda Masha Amini, sob custódia policial.



Os protestos se espalharam pelas principais cidades e, por consequência, geraram mais opressão. No artigo do jornal americano, Narges Mohammadi relata nunca ter visto as enfermarias tão lotadas de mulheres presas e espancadas por desafiarem o regime.

“O moral entre as novas prisioneiras está elevado. Todas elas, independentemente da forma como foram presas, tinham uma exigência: derrubar o regime da República Islâmica.”

Paralelamente, o regime faz avançar no Parlamento a Lei do Hijab e da Castidade, estabelecendo multas e penas de prisão a quem desobedecer ao rigoroso código de vestimenta, que será imposto também como critério para a contratação de mulheres.

O projeto de lei foi classificado como apartheid de gênero por oito peritos independentes nomeados pelo Conselho de Direitos da ONU.

Severas punições, no entanto, já estão em ação e expõem o contra-ataque do regime ao movimento desencadeado pela morte da jovem Amini, em setembro do ano passado.

A Anistia Internacional relatou a expulsão de mulheres das universidades, impedidas de realizar exames finais, por não usarem o véu.

Centenas de empresas foram fechadas por não exigirem o uso da vestimenta.

De acordo com a entidade, mais de um milhão de mulheres receberam mensagens de texto com o alerta de que poderiam ter o veículo confiscado se fossem filmadas por câmeras de vigilância sem o lenço na cabeça.

Por estas razões, embora não resulte nas mudanças defendidas nos protestos, o Nobel da Paz concedido à ativista Narges Mohammadi legitima o movimento deflagrado há um ano no país e renova o fôlego das iranianas.

Quem é Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2023

Quem é Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2023




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Por: G1

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