G1 Mundo

Renúncia de primeiro-ministro abre caminho para que Autoridade Palestina passe a ter presença em Gaza, hoje do Hamas; entenda

today26 de fevereiro de 2024 7

Fundo
share close

O governo dos Estados Unidos tem pressionado o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para que ele reorganize o órgão e comece a criar uma estrutura política para governar a Faixa de Gaza depois do fim da guerra –atualmente, o Hamas governa a Faixa de Gaza e sem a participação da Autoridade Palestina, que é controlada por outro grupo, o Fatah.

A Autoridade Palestina é, na teoria, o órgão de governo dos territórios palestinos. A entidade foi criada há cerca de 30 anos, como parte dos termos do Acordo de Oslo. Na prática, a Autoridade Palestina exerce algumas funções de governo em regiões da Cisjordânia e está fora da Faixa de Gaza desde 2007, quando o grupo Hamas, que não faz parte da Autoridade Palestina, tomou o poder lá.

Não há eleições para a Autoridade Palestina desde 2006. A entidade perdeu força ao longo dos anos, e as pesquisas de opinião mostram que os palestinos estão descontentes com o órgão. No entanto, é a única entidade palestina reconhecida pela comunidade internacional.



O grupo que controla a Autoridade Palestina é o Fatah. Recentemente, o Fatah e o Hamas tentaram iniciar conversas para chegar a um acordo e formar um governo de coalizão. Representantes desses dois grupos devem se encontrar em Moscou nesta semana. Um líder do Hamas afirmou que a ideia é que, depois disso, haja um acordo sobre governo.

A saída do primeiro-ministro Shtayyeh simboliza que Abbas, o presidente, quer garantir que a Autoridade Palestina seja o órgão legítimo de poder em um Estado Palestino que vai existir em conjunto com Israel (o Hamas nega a existência do Estado de Israel).

Em um comunicado, Shtayyeh, disse que a próxima gestão precisará estender a legitimidade da Autoridade Palestina em todos os territórios (ou seja, tanto na Cisjordânia como na Faixa de Gaza) e que serão necessários novos arranjos governamentais e políticos e de um consenso entre os palestinos.

“[O novo momento] exigirá acordos governamentais e políticos que levem em conta a realidade emergente na Faixa de Gaza, bem como a necessidade urgente de um consenso palestino”, afirmou Shtayyeh. Além disso, “é necessária a extensão da Autoridade Nacional Palestina sobre todo o território”.

Autoridade Nacional Palestina (ANP)

Israel prometeu destruir o Hamas e diz que, por razões de segurança, não aceitará o domínio da Autoridade Nacional Palestina (ANP) sobre Gaza após a guerra, que já matou cerca de 1.200 israelenses e quase 30 mil palestinianos.

A ANP deveria funcionar como um órgão de governo temporário de todos os territórios palestinos. Formado pelo líder, primeiro-ministro e um conselho legislativo. E o maior partido político palestino, Fatah, e o grupo terrorista Hamas, poderiam disputar cadeiras.

Porém, um conflito entre os dois partidos aconteceu após a última eleição para o Conselho Nacional Palestino, em 2006. À época, o grupo terrorista ganhou as cadeiras do conselho. Porém, a vitória não foi aceita por Israel e pela União Europeia, que financiavam em parte a ANP.

Os países impuseram sanções, que acirrou a rivalidade entre os partidos locais. Tanto que o Fatah dissolveu o conselho, ficando com o controle da ANP na Cisjordânia — onde tinha sua maior base de apoio — e o Hamas formou um governo próprio e tomou controle da Faixa de Gaza.

Esforços para um novo governo

O Fatah — partido de Shtayyeh — e o Hamas têm feito esforços para chegar a um acordo sobre um governo de unidade e devem se encontrar na quarta-feira (28) para debater o assunto.

“A renúncia de Shtayyeh só faz sentido se ocorrer um acordo de consenso nacional sobre os preparativos para a próxima fase [de Gaza]”, disse Sami Abu Zuhri, o integrante da alta cúpula do Hamas, à Reuters.

Presidente da Autoridade Palestina denuncia guerra contra seu povo

Presidente da Autoridade Palestina denuncia guerra contra seu povo




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

suprema-corte-dos-eua-comeca-julgamento-que-pode-mudar-forma-como-redes-sociais-operam

G1 Mundo

Suprema Corte dos EUA começa julgamento que pode mudar forma como redes sociais operam

Os juízes analisam duas leis dos estados do Texas e da Flórida, aprovadas em 2021, meses seguintes às decisões do Facebook e do Twitter de banir Donald Trump por causa de suas postagens relacionadas ao ataque de 6 de janeiro daquele ano ao Capitólio dos EUA. Apesar de os detalhes variarem, ambas as legislações visam lidar com queixas de políticos conservadores de que as empresas de mídia social têm tendência […]

today26 de fevereiro de 2024 5

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%