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Seria juízo de Deus a tragédia ocorrida ao Rio Grande do Sul?

today14 de maio de 2024 7

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Renato Vargens – 14/05/2024 14h19

Destruição no RS

Destruição causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul Foto: Michel Corvello/Fotos públicas

A tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul acarretou inúmeros questionamentos àqueles que, boquiabertos, testemunharam a destruição do estado.

Lamentavelmente, diante da dor de milhares de pessoas temos visto, por parte de alguns evangélicos, explicações duras, despóticas e vingativas que apontam exclusivamente para a existência de um Deus que se regozija no castigo.

Infelizmente, tais indivíduos afirmaram que a tragédia ocorrida no Sul se deu exclusivamente em virtude da ira divina sobre o estado, que se encontra mergulhado em pecado e em idolatria a falsos deuses.

Segundo os advogados dessa linha de pensamento, o Senhor amaldiçoou a nação devido às suas transgressões.



Mas vejamos o seguinte: no livro de Lucas 13:1-9 Jesus trata de forma clara e objetiva sobre dois tipos de tragédias. A primeira que Ele menciona é aquela que é gerada por homens – versículos de 1 ao 3 -. Certos galileus haviam sido mortos por soldados de Pilatos. A Bíblia nos dá a entender que “alguns” colocaram-se como críticos e juízes; deduzindo que aqueles que haviam sofrido violência humana, seriam mais pecadores do que os demais.

No entanto, o ensino ministrado por Jesus é o seguinte: “Não vamos nos colocar no lugar de Deus. Não vamos nos concentrar em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas”. O Senhor em essência diz: “Cuidem de si mesmos! Constatem os seus pecados! Arrependam-se!”.

Entretanto, Ele também nos traz o relato de um segundo tipo de tragédia. São tragédias geradas por aparentes “fatalidades”. Ele fala da Torre de Siloé. O texto – ainda em Lucas 13, agora nos versículos 4 e 5 – diz que ela desabou, deixando 18 mortos. Jesus sabia que, mesmo quando, aos nossos olhos, mortes ocorrem como consequência de acidentes, isso não impede que, rapidamente, exerçamos julgamento; não impede que tentemos nos colocar no lugar de Deus. Então, Jesus pergunta: “Acham que eram mais culpados do que todos os demais habitantes da cidade?”.

O ensino é idêntico: não se coloquem no lugar de Deus. Não se concentrem em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas. Cuidem de si mesmos! Constatem a sua culpa! Arrependam-se!

Diante do exposto, considero extremamente equivocado, arbitrário e difamatório, afirmar que Deus resolveu castigar os que morreram em virtude de seus pecados. Junta-se a isso o fato de que, em nenhum momento, as Escrituras Sagradas nos mostram a existência de um “deus infantilizado” que se deixa levar passionalmente pelos rompantes humanos. Deus é Deus, e Seus planos já foram estabelecidos antes da fundação do mundo. As Escrituras nos mostram que Ele está no controle de todas as coisas.

Nosso Deus reina soberanamente sobre a História. Nosso Senhor tem em Suas mãos o poder da vida e da morte, e faz tudo acontecer debaixo dos Seus propósitos eternos. Nada pode surpreendê-Lo; todavia, afirmar que as supracitadas tragédias são tipos de castigos de Deus, ultrapassa em muito nosso poder de conhecimento.

O que precisamos entender é que as tragédias da vida não fogem à onisciência do Criador. Os desastres e aparentes acidentes não podem, em hipótese alguma, surpreender ao Todo-Poderoso. Como Rei e sustentador do cosmos, Ele sabe de todos os acontecimentos, fazendo dos dramas da existência humana um profícuo instrumento de amplificação, cujo propósito é falar ao coração dos homens sobre a brevidade da vida e a sandice de viver sem Cristo. Estas são as verdades contidas na Bíblia. Elas respondem à nossa necessidade existencial de crer que, por trás do tragicamente inexplicável, existe alguém no controle, ainda que, olhando a tragédia a partir de dentro, ela pareça nos revelar exatamente o contrário!

Tenho plena convicção de que o meu Redentor governa soberanamente. Do Gênesis ao Apocalipse, Ele se revela como o Sustentador do Universo. Acreditar nesta verdade me proporciona a certeza de que absolutamente nada foge ao Seu conhecimento.

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

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Por: Renato Vargens

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