Os servidores do Judiciário da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, no litoral e interior de São Paulo, realizaram uma paralisação de uma hora nas atividades nesta sexta-feira (5). O objetivo do ato, segundo a Associação de Base dos Trabalhadores do Judiciário do Estado de São Paulo (Assojubs), foi reivindicar a correção salarial. Em abril, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu pelo reajuste salarial de 6%, após as partes não terem chegado a um acordo.
O tesoureiro da Assojubs Michel Iorio questionou o reajuste de 6% e ressaltou que a categoria pede pela abertura de nova ‘mesa de negociação’ com o TJ-SP. O sindicalista ressaltou que o índice está “muito abaixo” do devido aos servidores, que, segundo ele, tiveram perdas salariais que chegam a 31,82%.
De acordo com a Assojubs, a decisão pela paralisação aconteceu em Assembleia Geral em 15 de abril. As nove cidades da Baixada Santista participaram da paralisação. Do Vale do Ribeira participaram: Registro, Miracatu e Iguape.
Segundo o TJ-SP, o presidente da entidade e desembargador, Ricardo Mair Anafe, apresentou no dia 12 de abril, ao Órgão Especial [composto por demais desembargadores] uma minuta de resolução com proposta de reajuste de 6% aos servidores – retroativo a 1º de março. O documento foi aprovado por unanimidade.
Ainda segundo o TJ-SP, o valor retroativo a março e abril devem ser pagos em parcela única, no quarto dia útil de maio, ou seja, nesta sexta-feira (5).
Servidores do Judiciário de Praia Grande participaram da paralisação para reivindicar aumento no reajuste salarial — Foto: Assojubs/Divulgação
Em nota, o TJ-SP informou que além do reajuste salarial, também houve aumento nos valores dos auxílios alimentação e saúde.
“O auxílio-alimentação passa a ter o valor diário de R$ 60, retroativo a 1º de abril, sendo pago indistintamente a todos os servidores ativos do Poder Judiciário. O auxílio-saúde, por sua vez, foi majorado de R$ 370 para R$ 500 mensais, também retroativo a 1º de abril, sendo pago indistintamente a todos os servidores ativos e inativos do Poder Judiciário”, afirmou o tesoureiro da Assojubs.
Em Peruíbe, funcionários do Judiciário sentaram nas escadas durante a paralisação — Foto: Assojubs/Divulgação
“Estamos lutando por igualdade no judiciário e no Estado de São Paulo. Por que serão concedidos 18% para os magistrados e apenas 6% para os servidores? Por que a indenização para custear a saúde e para pagar plano de saúde e medicamentos dos magistrados gira em torno de R$ 3 mil e para os servidores apenas R$ 500?”, desabafou Michel Iorio.
O tesoureiro ressaltou que a categoria não está ‘pedindo aumento’, mas reposição da inflação que ‘corroem os salários’.
“Desde 2002, o TJ-SP nos deve 31,82%, que é o acumulado da inflação, e que não foi pago até hoje. Queremos negociar este pagamento, e queremos que a nossa pauta de reivindicações seja atendida, o que não ocorreu até o momento”.
Servidores do Judiciário de Mongaguá se reuniram para manifestar — Foto: Assojubs/Divulgação
A Assojubs agendou uma Assembleia Geral que deve acontecer neste sábado (6), na capital paulista. Segundo Iorio, no encontro devem ser decididas sobre possíveis novas paralisações ou uma greve.
“Serão discutidas desde propostas de paralisação de uma hora unificada no Estado todo, paralisação de um dia e até por prazo indeterminado. A categoria irá decidir amanhã [sábado (6)]”, informou o tesoureiro da associação.
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