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Até a última atualização desta reportagem, mais de 95% dos votos haviam sido apurados. Até então, a prévia indicava o seguinte resultado:
Trump comemorou a vitória e parabenizou os concorrentes republicanos durante um pronunciamento. Ele agradeceu aos eleitores e companheiros de partido pela votação.
Durante o discurso, Trump criticou o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e afirmou que o país estava sendo totalmente destruído.
“Nós eramos uma grande nação há três anos, e hoje as pessoas estão rindo de nós”, disse.
Trump também ensaiou uma mensagem de união entre republicanos, democratas, conservadores e liberais: “Nós vamos nos unir. Isso vai acontecer em breve”.
No discurso, o candidato também falou sobre políticas de imigração, afirmando que os Estados Unidos estão sofrendo uma “invasão” e que são necessárias deportações.
Este é o pontapé inicial para a disputa presidencial dos Estados Unidos. O país realizará eleições em novembro de 2024 e devem ter uma disputa acirrada entre Joe Biden e Donald Trump.
Apesar de representar apenas 1% dos delegados republicanos em todo o país, a disputa desta segunda-feira em Iowa funciona como o primeiro termômetro das eleições.
As pesquisas de boca de urna também indicaram que políticas para conter a imigração são a preocupação dos eleitores do estado – uma das bandeiras um sinal de que questões de economia, como inflação e emprego, podem não ser o principal motivador para a definição de votos.
O tema também é uma das principais bandeiras de Trump, que, quando era presidente, chegou a defender a construção de um muro separando seu país do México.
As primeiras prévias das eleições dos EUA ocorrem também na véspera do julgamento de um dos quatro processos que Donald Trump responde na Justiça norte-americana – mesmo se condenado em algum deles, Trump poderia governar caso vencesse as eleições, pela legislação do país.
Segundo uma pesquisa realizada também entre os eleitores que participaram dos caucus em Iowa pelo Instituto Edison Research, dos EUA, 63% deles acreditam que o ex-presidente dos EUA poderia governar caso seja condenado.
O Partido Democrata, do presidente Joe Biden, também realizou caucus nesta segunda em Iowa, mas, ao contrário dos republicanos, os eleitores democratas não votam no processo. A votação para definir o candidato do partido acontece por meio de voto por correio em março – Biden é o grande favorito.
Nos EUA, o voto é indireto – eleitores escolhem, em votações realizadas por cada estado, representantes dos candidatos que querem eleger. Quem tiver mais representantes, também chamados de delegados, vence a disputa.
Entenda como funciona o sistema eleitoral dos Estados Unidos
👉 Os caucus, o modelo de votação mais antigo para definir candidatos ainda em vigor nos EUA (o primeiro foi no século 18), são espécies de pequenas assembleias nas quais eleitores debatem e, na sequência, votam no candidato que acham que deve concorrer pelo partido do qual são afiliados – neste caso, o Partido Republicano (veja abaixo a lista de pré-candidatos).
O Partido Democrata também terá seu próprio caucus em Iowa, na mesma data, mas não fará votação; para os democratas, o processo é apenas um debate, seguido de uma votação geral que só ocorrerá em março.
Na prática, a votação não significará muito: Iowa, estado da região central dos Estados Unidos, representa cerca de 1,6% do total de delegados totais. Mas tem um poder simbólico: serve como uma espécie de termômetro e reforço moral para o candidato eleito.
Foram os caucus no estado que revelaram, por exemplo, dois ex-presidentes até então pouco conhecidos no cenário mundial e até nacional: Jimmy Carter, que venceu em 1976, e Barack Obama, que ganhou ali a disputa contra Hillary Clinton e, depois, a corrida pela Casa Branca em 2008. Os dois levaram Iowa quando os democratas ainda realizavam votação durante seu caucus no estado.
No caso dos republicanos, no entanto, Iowa não tem sido um termômetro do apoio nacional. Nenhum dos vencedores do partido das últimas três prévias de Iowa –em 2008, 2012 e 2016– conseguiu se tornar o candidato republicano.
Isso se deve, em grande parte, ao perfil dos eleitores do estado, onde 90% da população é branca e de maioria conservadora. Uma grande parte dos republicanos de lá é também da comunidade cristã evangélica, que tende a apoiar o candidato socialmente mais conservador.
De qualquer maneira, pesa muito o fato que, há mais de 50 anos, os caucus de Iowa são a abertura oficial do complexo calendário eleitoral que define o presidente da maior potência mundial.
Registros do “caucus” de 1976 guardados até hoje por eleitor de Iowa; “caucus” acontece nesta segunda — Foto: Mark Schiefelbein/AP
Parte dos especialistas e eleitores nos EUA critica o processo com o argumento de que se trata de um sistema arcaico e menos acessível que as primárias, já que os eleitores que queiram votar devem chegar no início do debate e permanecer até o fim dele.
Esse modelo era aplicado em vários estados e, aos poucos, foi caindo em desuso. Atualmente, os EUA são também o único país no mundo que adota o caucus como uma das formas de eleger um candidato.
Donald Trump, Ron DeSantis e Nikki Haley são principais nomes na disputa pela candidatura do Partido Republicano — Foto: AFP
Donald Trump. O ex-presidente dos EUA é réu em quatro casos criminais separados, mas mesmo assim os republicanos gostam dele — 61% dos eleitores do partido devem votar em Trump.
Por: G1
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