Um subúrbio na cidade de Bucha, na Ucrânia, testemunhou uma série de crueldades da Rússia desde o início da guerra.
De acordo com CBN News, muitos civis foram agressivamente assassinados e enterrados em valas, por causa de acusações de crimes de guerra.
Apesar das atrocidades, houve histórias de milagres e proteção divina contra as forças russas.
Segundo informações, ao redor das principais estradas que levam a Bucha, tanques russos queimados estavam servindo como lembrete dos fracassos das tentativas de Moscou em capturar Kyiv.
Tal local, se tornou um ponto de encontro conhecido para pessoas tirarem fotos e caminhar entre os restos carbonizados.
“Os russos deveriam pegar esses tanques e desfilá-los em Moscou. O fato de tirá-los de Bucha é um milagre de Deus! Este é um milagre de Deus e nada mais.” disse Oleksandr, morador da cidade.
Mesmo com essa vitória, as crueldades que aconteceram em Bucha continuam a amedrontar a população.
Na região de Kyiv, peritos exumaram alguns corpos recentemente, e, dentre eles os corpos de sete civis foram encontrados enterrados na floresta. Segundo os investigadores, um dos corpos estava decapitado.
“Os tiros nos joelhos nos dizem que as pessoas foram torturadas. As mãos amarradas nas costas com fita adesiva dizem que as pessoas foram mantidas reféns por muito tempo e tentaram obter qualquer informação delas” disse o policial regional, Andrii Nebytov.
Dia 31 de março, as forças russas saíram de Bucha. Após quatro meses, as autoridades ucranianas continuam ainda encontrando corpos.
“Até agora não identificamos aproximadamente 213 corpos de mortos; este é um número operacional. Fazemos a identificação todos os dias; às vezes, novos corpos aparecem”, disse Nebytov.
Na região de Kyiv foram encontrados cerca de 1.300 corpos.
“A maioria deles, cerca de 799, são pessoas que foram mortas por armas de fogo”, disse Nebytov.
No mês passado, uma delação de direitos humanos esteve em Bucha e, consideraram a cena de “teatro de assassinato a sangue frio” de civis em grande escala.
No momento, investigadores internacionais estão organizando evidências para dizer se crimes de guerra foram de fato cometidos.
“Não falamos apenas sobre aqueles que cometeram o crime, o crime direto, no local. É claro que eles têm responsabilidade, mas também estamos falando daqueles que estão na cadeia de comando, se necessário, até o topo” disse representante especial da UE para direitos humanos, Eamon Gilmore.
Alguns dias após o início da guerra, soldados russos capturaram esse pastor junto com vários outros civis e os torturaram atrás desse portão por dias.
Soldados russos capturaram um pastor ucraniano logo após o início da guerra. Eles o torturaram atrás de um portão por vários dias.
“Eu estava tão nervoso que eles encontrariam algo comprometedor sobre mim. O comandante do batalhão russo não gostava de mim; estava sempre zangado comigo”, disse Bondarenko, o pastor ucraniano.
“O comandante disse que me faria assistir enquanto ele matava os outros e depois me esfolaria vivo”, disse Bondarenko.
Alguns soldados ucranianos conseguiram resgatar o pastor.
“Os russos nem tiveram tempo de vir se despedir de nós”, disse ele com uma risada.
Próximo dali, cerca de 167 cristãos ucranianos e Sergey Anohin ficaram escondidos no porão da igreja quando o ataque russo começou.
“Quatro soldados russos entraram no porão, o resto estava lá. Eram 15 deles. Quando eles entraram na igreja, eles chutaram a porta da igreja e nos xingaram” disse Anohin, também pastor ucraniano.
Durante o período em que os cristãos estavam escondidos no porão da igreja, foram constantemente intimidados pelos soldados. Dia e noite, os membros da igreja permaneciam orando, lendo e cantando.
“Agora sabemos que durante esse tempo, enquanto buscávamos refúgio no porão, as pessoas ao nosso redor, muitas delas estavam sendo mortas pelos russos, muitas delas estavam sendo torturadas”, disse Anohin.
“Ficou muito claro para nós que Deus estava cuidando de nós, tudo estava em Suas mãos. Como a história de como Daniel estava na cova dos leões, estávamos sob a proteção de Deus” concluiu ele.
Depois que as tropas russas foram retiradas de Bucha, a agência de segurança da Ucrânia se reuniu com Anohin para conversar a respeito de um comandante russo que estava na igreja.
“Um dos soldados russos, seu apelido era “Skipper” – ele vinha conversar conosco no porão todos os dias. Pensamos que ele era um soldado gentil. Mas o serviço de segurança ucraniano mais tarde nos disse que ele era um dos soldados mais cruéis e aparentemente ordenou vários assassinatos e foi responsável por torturar pessoas em porões ao redor de Bucha” disse Anohin.
“Gostaria que as pessoas orassem por nossa cidade para que Deus desse paz aos corações das pessoas. Há muita raiva e ódio pelo que os russos fizeram conosco, mas estou rezando para que Deus nos toque e nos dê paz” pediu Anohin.
O pastor Anohin teve sua casa destruída no segundo dia de guerra, ele disse que apesar dos traumas os moradores estão tentando voltar ao normal. Acredita também, que a cura está apenas começando.
“Gostaria que nossa cidade fosse lembrada por aqueles que foram leais, aqueles que protegeram a cidade e foram fiéis a Deus” finalizou ele.
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