As primárias na Argentina são uma votação obrigatória para definir os candidatos que concorrerão às eleições presidenciais, que acontecem em outubro no país. Por lei, todos os partidos são obrigados a fazer prévias, que acontecem em um único dia.
Os 70 dias que restam até as eleições presidenciais são desafiadores para as campanhas de Sergio Massa, o atual ministro da Economia e representante do peronismo, e Patricia Bullrich, que liderou a votação da coalizão opositora Juntos pela Mudança.
Com suas frases de efeito, Milei agregou o voto do protesto e do desencanto, sentimentos que nutrem parte da sociedade argentina. No discurso de vitória, o candidato do partido A Liberdade Avança despejou a verborragia contra o modelo de castas políticas e apontou a justiça social como fraude e aberração – “injusta porque implica tratamento desigual perante a lei e é precedida de roubo”.
Com seu estilo agressivo, sua campanha segue um roteiro semelhante aos que embalaram as trajetórias de Donald Trump, nos EUA, Jair Bolsonaro, no Brasil, e Nayib Bukele, em El Salvador.
Como outsider, o economista de 52 anos cooptou a atenção e o voto dos argentinos que estão em dificuldades, diante de uma inflação de três dígitos e não encontram soluções nas forças políticas tradicionais. Entrou em áreas populares com raízes no peronismo.
Entre as ideias radicais, Milei propõe a eliminação do Banco Central e a dolarização da economia, além de uma reforma trabalhista que aboliria a indenização sem justa causa. É contra o aborto e a educação sexual nas escolas, defende o fim da educação gratuita, a privatização gradual da saúde e o livre comércio de órgãos humanos.
Mas, como resumiu o editor-chefe do “Clarín”, Ricardo Kirschbaum, a disputa por uma vaga no segundo turno vai precisar de algo mais do que gritos e gestos que lhe renderam tão bons resultados ao se mostrar como destinatário do estado de desconforto e da falta de oportunidades.
“Em outubro, é preciso construir a maioria, não ser apenas o candidato mais votado”, vaticinou o jornalista.
É esse o desafio maior do candidato de extrema direita, que conquistou 30% das preferências do eleitorado nas primárias e conclamou seus partidários à vitória no primeiro turno. Porém, ao contrário de seus adversários, para assegurar a governabilidade, Milei necessita de uma organização partidária que o sustente nas duas casas do Congresso.
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Por: G1
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