Na quarta-feira (08), o Vaticano divulgou um documento em resposta ao questionamento de um bispo católico brasileiro, o bispo José Negri, sobre a participação de pessoas LGBTQ em cerimônias de batismo e casamento.
O documento, assinado pelo Papa Francisco e pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández, do Dicastério da Doutrina da Fé do Vaticano, autoriza explicitamente pessoas trans a desempenharem papéis importantes em sacramentos católicos romanos.
Segundo o documento, uma pessoa transgênero pode receber o batismo “nas mesmas condições que outros fiéis”, desde que isso não cause escândalo ou desorientação para outros católicos. Além disso, adultos trans, inclusive aqueles que passaram por cirurgia de transição de gênero, podem atuar como padrinhos ou madrinhas, desde que atendam a certas condições.
O posicionamento do Vaticano representa uma mudança em relação à decisão de 2015, quando foi vetada a participação de um homem trans como padrinho na Espanha. O documento, disponível no site do escritório doutrinário do Vaticano, busca oferecer orientações claras e inclusivas em meio a um cenário de diversas abordagens adotadas por paróquias católicas em relação à comunidade LGBTQ.
Ainda há questões em aberto, como a possibilidade de homossexuais batizarem crianças adotadas ou concebidas por meio de barriga solidária. O Dicastério para a Doutrina da Fé não forneceu uma resposta clara a essa questão, deixando espaço para debates adicionais sobre o tema.
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