O crime cometido pelo então jogador aconteceu em 2013, e a condenação saiu em 2017. Cerca de três anos depois, Rollo contratou Robinho, que defenderia o time pela quarta vez em 2020. Na época, o presidente se reuniu com a advogada e representante do jogador, e ouviu que o atacante estaria disposto a receber R$ 10 por mês, até o fim de 2020, em um contrato de dois anos.
O presidente do Santos, Orlando Rollo, cumprimenta Robinho após apresentação do jogador — Foto: Divulgação/Santos FC
Robinho foi contratato para receber R$ 1.500 por mês, com bônus de R$ 300 mil após dez jogos e mais R$ 300 mil depois de 15 jogos. Parte da torcida e de conselheiros do time reprovaram a contratação. Rollo, porém, afirmou que Robinho estava sofrendo um “apedrejamento moral”.
Diante das acusações contra o ex-atacante, Rollo o defendia, com frases como: “Atire a primeira pedra quem nunca pecou”. Porém, depois da pressão de conselheiros, patrocinadores e a revelação de trechos da sentença da justiça italiana, Rollo anunciou a suspensão do contrato em menos de um mês. O presidente explicou a decisão do Santos e disse abominar qualquer tipo de violência contra as mulheres.
Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e policial civil, é preso em operação do GAECO — Foto: Arquivo pessoal
Caos na política do Santos
Orlando Rollo, quando ainda era vice-presidente do Santos, tinha um racha declarado contra o presidente José Carlos Peres. Em 2017, durante os meses iniciais da gestão, os dirigentes tentaram abafar o descontentamento um com o outro nos bastidores, mas chegou a um ponto onde a relação começou a ficar insustentável e os dois não faziam mais questão de esconder a situação.
Os desentendimentos e as trocas de farpas entre Peres e Rollo se tornaram públicas e quase que diárias. O estopim da crise política seria o processo de impeachment contra o presidente que foi aprovado no Conselho.
Orlando Rollo e José Carlos Peres trocavam farpas na época que presidiam o Santos — Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC
Rollo também teve contratos da gestão contestados no relatório do Conselho Fiscal. As renovações de Lucas Veríssimo e Sabino, por exemplo, foram consideradas erradas por causa dos moldes como foram acertadas. Orlando Rollo, porém, diz que não teve direito de se defender e alega que todas as decisões de sua gestão foram embasadas por “estudos e pareceres técnicos”.
Uma operação realizada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo, contra o tráfico de drogas e crimes contra administração pública, resultou na prisão de Orlando Rollo.
As equipes cumpriram seis mandados de busca e apreensão e seis ordens de prisão, expedidas pela Justiça do Estado de São Paulo, sendo quatro policiais civis. Um deles, o policial civil e ex-presidente do Peixe, Orlando Rollo. Ele foi levado para a Corregedoria da Polícia Civil, em Santos.
Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e policial civil, é preso em operação do GAECO — Foto: Reprodução/TV Tribuna
Nascido em Santos, Orlando Rollo é Bacharel em Direito e tecnólogo em Segurança Pública pela Unisanta. Ele atua como investigador da Polícia Civil de São Paulo desde 2002.
Na área do futebol, ele faz um MBA em Marketing Esportivo e Psicologia do Esporte, tem curso de Gestão Estratégica de Esportes pela FGV e faz o curso oficial de Gestão de Futebol da CBF Academy. Ele também tem três especializações na área de administração esportiva pela UniBF (PR).
Sócio do Santos desde 1993, ele foi conselheiro do clube por sete mandatos, entre 1999 e 2014 e de 2017 e 2020. Na eleição para a presidência do Peixe de 2014, ele foi o quarto colocado. Em 2017, ele foi eleito como vice na chapa encabeçada por José Carlos Peres. Substituto de José Carlos Peres, que sofreu impeachment, ele esteve no cargo por três meses. Em janeiro, o eleito Andres Rueda assumiu.
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