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Venezuela prendeu 33 homens porque estavam em sauna gay; agora, procurador diz que caso pode ser arquivado

today3 de agosto de 2023 4

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Nos dias seguintes, os clientes foram soltos após uma audiência na quarta-feira (26), mas não sem antes serem expostos: as fotos deles foram divulgadas, assim a informação de que alguns deles são HIV positivo.

Nesta quarta-feira (2), os três últimos homens que ainda estavam atrás das grades (o proprietário do local e dois funcionários) foram liberados depois que a Justiça aceitou seus fiadores.

O procurador-geral, Tarek Saab, disse na terça-feira que o caso ainda está sob investigação, mas pode ser arquivado.



Um dos homens que estavam no local era Iván Valera. Ele conta que estava conversando com um amigo quando foi preso. Agora, ele enfrenta uma acusação de atentado ao pudor (crime referente a atos obscenos em público, com penas de 3 a 15 meses de prisão).

O caso é considerado por ativistas como uma consequência de uma política de “homofobia de Estado”.

“Em nenhum momento eles nos contaram o que estava acontecendo, o que nos disseram é que estávamos em flagrante de um crime”, disse Valera, de 30 anos.

“Não estava ocorrendo nenhuma ação indevida”, afirmou. Ele, assim como os demais detidos, está em liberdade condicional.

Valera lembra que os policiais falaram que se tratava de uma operação de rotina, que teriam recebido uma denúncia anônima por “barulho” e atos públicos obscenos.

Durante a detenção, antes de ficar em liberdade condicional, ele denunciou que a linguagem dos policiais foi muito homofóbica, embora tenha ressaltado que garantiram o seu bem-estar.

Criminalizar a homossexualidade

O nome do local onde houve a operação é Avalon Man Club. A casa foi inaugurada em novembro do ano passado, é uma sauna para a comunidade LGBTQIA+ (embora seja aberta a qualquer público).

A imprensa local publicou que as prisões ocorreram por causa de uma “festa de sexo”, o que Valera nega.

“Em nenhum momento o relatório policial indica que um ato sexual estava sendo praticado lá”, disse ele.

Alfredo Rodríguez, outro dos homens que foram detidos, também diz que não houve flagrante de sexo: “Não teve nada além de uma conversa entre amigos”.

“Eles querem criminalizar uma atitude e conduta que de forma alguma envolveu um ato criminoso”, diz.

Alguns dos detidos mantinham em segredo a sua orientação sexual para se protegerem dos preconceitos, sem leis que protejam os direitos da comunidade, como o casamento homoafetivo ou a mudança de identidade de gênero. E, de repente, foram expostos na frente de familiares e colegas de trabalho.

Jesús Araujo, de 24 anos, funcionário do local, conta que foi abordado por duas pessoas no supermercado que perguntaram se ele era um dos “33” e, depois, disseram que era uma “vergonha”.

“Se alguém tivesse cometido um crime, teria que acatar [o processo penal], mas não é o caso”, afirmou Araujo.




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Por: G1

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