Uma idosa, de 64 anos, com deficiência foi perseguida e xingada por uma desconhecida após ter sido acusada de ter batido o carro em Santos, no litoral de São Paulo. Imagens obtidas pelo g1, nesta segunda-feira (7), mostram quando Walderez Aparecida Siqueira Garcia entra na garagem do prédio em que mora acompanhada da agressora.
Walderez contou à reportagem usar cadeira de rodas para facilitar a locomoção, pois tem lesão medular e já passou por 14 cirurgias na coluna. Em determinado momento, durante a discussão, a vítima cai no chão. Ela alegou ter sido empurrada. (veja o vídeo acima)
De acordo com a idosa, a confusão começou no bairro Pompeia, assim que deixou o consultório do dentista. Ela lembrou ter saído de um estacionamento de marcha à ré, de ter feito a manobra sem notar nada diferente e entrado na via.
Foram poucos metros percorridos até parar no primeiro semáforo, momento em que disse ter sido informada, por outro condutor, que a motorista do carro detrás a havia acusado de ter batido no automóvel dela.
A vítima contou que a mulher desceu do veículo para tirar satisfação e, de repente, a xingou de ‘picareta’, deu chutes no carro e a mandou sair do automóvel. Walderez falou que não podia por ser deficiente o que, segundo ela, piorou a situação.
Walderez Aparecida Siqueira Garcia possui lesão medular e foi agredida em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
“Acredito que ela achou que eu não podia me defender. Aumentou a agressividade dela e passou a me chamar de aleijada”, disse Walderez.
Após tentar apaziguar a situação, sem sucesso, a vítima disse ter ficado com receio de uma eventual agressão e, por isso, avançou com o carro assim que o semáforo ficou verde. A idosa conduziu até a garagem do prédio onde mora, e onde pensou que estaria segura.
Walderez contou sete semáforos até chegar no prédio, e todos estavam fechados. De acordo com ela, a cada parada a desconhecida descia do veículo para ofendê-la, chutar e socar o carro. “O farol abria e ela corria para dentro do carro. Encostava no meu e buzinava até o próximo farol”, contou.
A perseguição chegou ao fim já dentro da garagem do prédio da vítima. A mulher entrou com o carro em espaço particular e continuou a xingar Walderez. No estacionamento, as câmeras de monitoramento flagraram a ação.
“Não fiquei nervosa, eu falava para ela: ‘Calma, vamos conversar, eu não sei o que aconteceu’, mas não tinha acordo. Ela me xingava de tudo que era nome”.
Em seguida, um funcionário do prédio chegou para ajudar a pegar a cadeira de rodas do porta-malas. Como a mulher parou o carro próximo ao da idosa, esta desceu e se descolou até a parte traseira automóvel. Walderez afirma conseguir dar alguns passos e ficar de 10 a 15 segundos em pé.
A vítima disse ter tentado dialogar mais uma vez com a motorista que a perseguiu, mas, ao notar que não chegaria a um entendimento pacífico, disse: “Bom, se você não quer conversar eu vou subir”.
Foi quando, segundo Walderez, a mulher se virou e a empurrou. A idosa foi à delegacia, registrou Boletim de Ocorrência e depois foi medicada em uma unidade de saúde. Ela também já passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML) e solicitou uma perícia no carro.
A vítima afirmou não ter batido no veículo da mulher e, mesmo se tivesse, disse que nenhuma colisão justificaria as ações da desconhecida. “Ela invadiu a minha casa e me agrediu”, disse.
A reportagem tentou localizar a mulher envolvida na confusão, mas não a encontrou até a publicação desta matéria.
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