A Associação Federal de Departamentos de Pesquisa e Informação sobre o Antissemitismo (RIAS), que registra incidentes de antissemitismo em toda a Alemanha, divulgou nesta terça-feira (28) seu mais recente relatório, no qual documenta quase mil casos de agressão contra judeus ocorridos no país após o ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro.
O relatório mais recente compilou os incidentes antissemitas na Alemanha de 7 de outubro a 9 de novembro, e identificou uma média de 29 de casos por dia. Pichações antissemitas, marcação de casas e instituições judaicas e ataques físicos brutais estavam entre os incidentes registrados. Uma sinagoga em Berlim foi alvo de um ataque incendiário.
A quantidade de incidentes é 320% maior do que na comparação com o mesmo período de 2022.
O relatório analisou 994 casos verificados – incluindo três casos de violência extrema, 29 ataques, 72 incidentes de destruição direcionada de propriedade, 32 ameaças, 4 envios de correspondência em massa antissemita e 854 casos de comportamento injurioso. Os casos de comportamento injurioso incluem 177 reuniões de pessoas com conteúdo antissemita.
Propaganda do Hamas contribuiu para incidentes, diz RIAS
O RIAS afirmou que a desinformação contribuiu para o aumento de reuniões com conteúdo antissemita, citando por exemplo os protestos ocorridos após relatos não verificados de um suposto ataque do Exército israelense ao hospital Al-Ahli, em Gaza, em 17 de outubro.
Os EUA, o Canadá, a França e outros países ocidentais afirmam que dados de inteligência apontam que Israel não foi responsável por esse ataque. Neste domingo, a organização Human Rights Watch informou ter analisado indícios e concluído que a explosão no local foi aparentemente provocada por explosivos utilizados em foguetes do tipo usado pelo Hamas, mas que seria necessário aprofundar a investigação para determinar quem lançou o suposto foguete.
Israel lançou uma campanha militar contra o Hamas em Gaza em reação aos ataques de 7 de outubro do grupo radical islâmico, que é considerado uma organização terrorista pela União Europeia, Estados Unidos, Alemanha e outros países. A ofensiva militar de Israel provocou manifestações na Alemanha, com relatos de ações e slogans antissemitas usados nos eventos.
“Os sucessos da propaganda do Hamas têm mais influência sobre o número e o curso das manifestações na Alemanha do que as ações do próprio Exército israelense”, disse Benjamin Steinitz, diretor administrativo do RIAS.
Hanna Veiler, presidente da União de Estudantes Judeus da Alemanha, disse segundo a agência de notícias alemã dpa que os números são alarmantes, mas não surpreendentes. “Os jovens judeus têm relatado repetidamente o quanto o antissemitismo que eles percebem em suas vidas cotidianas aumentou desde 7 de outubro, especialmente no contexto universitário.”
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Por: G1
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