O anúncio foi feito neste domingo (21), quando o órgão disse que os produtos fabricados pela empresa falharam em sua revisão de segurança de rede. No entanto, não forneceu detalhes sobre quais riscos encontrou ou quais produtos da empresa serão afetados.
“A revisão constatou que os produtos da Micron apresentam sérios riscos de segurança de rede, que por sua vez representam riscos significativos à segurança da cadeia de suprimentos de infraestrutura de informações críticas da China, afetando a segurança nacional do país”, disse a Administração do Ciberespaço da China (ACC), em comunicado.
A mudança pode afetar setores que vão de telecomunicações a transporte e finanças, de acordo com o que a China considera infraestrutura crítica.
No entanto, analistas da empresa Jefferies de investimento bancário, que fornece serviços de consultoria, ouvidos pela Reuters, acreditam que a decisão deve ter pouco impacto na Micron, já que seus principais clientes na China são empresas de eletrônicos de consumo, como fabricantes de smartphones e computadores, e não fornecedores de infraestrutura.
“Acreditamos que a maior parte da receita da Micron na China não é gerada por empresas de telecomunicações e pelo governo. Portanto, o impacto final na Micron será bastante limitado”, disseram eles em nota.
A Micron disse que recebeu o aviso sobre a conclusão de sua revisão dos produtos da empresa vendidos na China e espera “continuar a se envolver em discussões com as autoridades chinesas”.
Em uma conferência na segunda-feira, o diretor financeiro da Micron, Mark Murphy, afirmou que a empresa estava confusa sobre quais as preocupações da China. Ele disse ainda que as vendas diretas e indiretas da Micron para empresas sediadas na China representam cerca de um quarto de sua receita total.
Segundo a Reuters, a Micron gerou US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 24,8 bilhões) em receita na China, incluindo US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 8,4 bilhões) em Hong Kong no ano passado, cerca de 16% de sua receita total.
A decisão chinesa foi tomada em meio a uma disputa comercial sobre tecnologia de chips entre Washington e Pequim.
Agora, este anúncio mais recente da China ocorreu durante uma cúpula dos líderes do G7 no Japão.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no domingo que as nações do G7 concordaram em “reduzir o risco e diversificar nosso relacionamento com a China”. Os líderes também concordaram em estabelecer uma iniciativa para combater a “coerção” econômica.
A China, em setembro de 2021, impôs regras destinadas a proteger a infraestrutura de informações críticas, que exigem que seus operadores cumpram requisitos mais rígidos em áreas como segurança de dados.
Pequim definiu as indústrias que considera “críticas” como as de comunicação e transporte público, mas não especificou exatamente a que tipo de empresa ou escopo de negócios isso será aplicado.
Publicar comentários (0)