Um casal de Santos, no litoral de São Paulo, completou um mês de acolhimento temporário do seu terceiro bebê na última segunda-feira (13). A ação ocorreu através do programa Família Acolhedora, que disponibiliza lares temporários a crianças afastadas de seus pais e irmãos biológicos para que possam viver em famílias bem estruturadas.
A dona de casa Jéssica Ribeiro, de 28 anos, explicou ao g1 a importância que os acolhimentos fazem na vida e no desenvolvimento das crianças que já passaram pela casa dela. “Essas crianças precisam de atenção individualizada, muito colo e carinho durante esse período de afastamento da família”.
O bebê acolhido há um mês é um menino recém-nascido. Cuidar de um deles tem seus desafios e, segundo a dona de casa, apesar de cansativo faz parte do pacote. “Já sabemos o jeito que ele gosta de ficar no colo, identificamos os diferentes choros, e assim vamos nos conhecendo cada dia mais”, conta.
Na última semana, Jéssica criou uma conta no Instagram para compartilhar o dia a dia do acolhimento temporário e incentivar outras famílias a entrarem no programa. “Vamos contar um pouco da nossa experiência e compartilhar informações, tirar dúvidas e tudo o que pudermos ajudar para sensibilizar as famílias”, disse em sua primeira publicação.
Casal acolhe terceiro bebê dentro de um ano ao participar de programa que encontra lares temporários para crianças de Santos, SP. — Foto: Divulgação/ Prefeitura de Santos/ Carlos Nogueira
Há um ano, Jéssica e seu marido, Hugo Bessa, de 28 anos, decidiram fazer parte do programa Família Acolhedora, um serviço da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) de Santos. Ela explica que a decisão ocorreu após o casal participar da apresentação do programa realizada por uma amiga de Jéssica. “Vimos que tínhamos essa possibilidade de acolher, e abraçamos a causa. Nosso intuito era mais pra conhecer e divulgar. Acabamos sendo fisgados”, brinca.
Jéssica relembra o primeiro acolhimento, que foi com uma bebê que chegou ao casal com quatro dias de vida. A dona de casa afirma que foi “especial” acompanhar o desenvolvimento dela. “Ela já interagia conosco, até ria para nós. Agora só resta a alegria de ter feito parte da vida dela, as memórias e todo o aprendizado que esse primeiro acolhimento nos trouxe”.
Após dois meses de vida, o acolhimento foi encerrado, já que não seria mais necessário. Ela afirma que a despedida foi “dolorosa”, mas sempre houve a consciência de que era algo passageiro e que o papel deles seria “cuidar enquanto fosse necessário”.
Casal acolhe terceiro bebê dentro de um ano ao participar de programa que encontra lares temporários para crianças de Santos, SP. — Foto: Divulgação/ Prefeitura de Santos/ Carlos Nogueira
Alguns dos pré-requisitos para participar do Programa Família Acolhedora incluem ter mais de 18 anos, residir em Santos, ter disponibilidade de tempo para cuidado com a criança ou adolescente, não ter antecedentes criminais, apresentar condições favoráveis de saúde física e psíquica, não estar inserido no Sistema Nacional de Adoção, entre outros.
A formação continua com reuniões periódicas com o grupo de famílias e equipe técnica pra abordar temas como a família de origem, o desacolhimento, pessoas com deficiência, compartilhar experiências, entre outros. Em média, o processo de cadastro dura três meses. “É muito bom poder contar com a equipe e outras famílias acolhedoras. Não estamos sozinhos durante o acolhimento”.
Atualmente há dez famílias acolhedoras e dois cadastros em andamento. Nove crianças estão em lares temporários. Segundo a Prefeitura, a acolhida pode durar entre três e 18 meses. No final do prazo, se houver condições, as crianças retornam à família de origem; caso contrário, seguirão para a adoção.
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