A Península do Sinai, com uma extensão de 60 mil quilômetros quadrados, fica entre a Ásia e a África. Na Guerra dos Seis Dias em 1967, a região foi ocupada por Israel juntamente com a Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã.
No tratado de paz assinado em 1979, Israel concordou em devolver o Sinai ao Egito. Isso resultou no primeiro reconhecimento do Estado de Israel por parte de um país árabe. O tratado de 1979 é considerado a mais bem-sucedida negociação na tentativa de um processo de paz na região.
Mapa do deserto de Sinai — Foto: Kayan Albertin
Tradição, deserto e turismo
O sol nasce enquanto a lua se põe a partir da vista do topo do Monte Sinai ou ‘Monte Moisés’ — Foto: Reprodução AP Photo – Nariman El-Mofty
O Sinai, uma península semidesértica na fronteira com Israel, é um local importante para a tradição das três religiões monoteístas: o islamismo, o judaísmo e o cristianismo.
Fica na região leste do Egito, situada entre o Canal de Suez, a oeste, e Israel, e a Faixa de Gaza, a leste.
O seu litoral é banhado pelo Mar Vermelho, onde há várias cidades turísticas. Sharm el-Sheikh é o balneário mais conhecido. Taba, cidade egípcia que fica mais perto da fronteira de Israel, tem inclusive vários resorts turísticos.
Localização, turismo e atentados
Nessa região é possível ver, ao longe, a Arábia Saudita e a cidade de Áqaba, na Jordânia. Ao Norte, nas montanhas, existe um reduto do Estado Islâmico.
De acordo com especialistas, questões do governo egípcio, como a população beduína que habita a região, e que reclama maior atenção do poder público, teriam contribuído para a implantação de jihadistas na península.
Destroços de avião russo são vistos na área de queda, em al-Hasanah, no norte do Egito — Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
Entre 2004 e 2006, uma onda de atentados contra as principais cidades turísticas do Sinai (Sharm el-Sheikh, Dahab e Taba) deixou inúmeras vítimas na região. Um dos últimos acontecimentos de repercussão na península foi a queda de um airbus da Companhia russa Koglymavia. A aeronave sumiu das telas dos radares 23 minutos depois de decolar.
Na época, o ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou no Twitter ser o responsável pela queda do avião. A queda deixou 224 mortos.
Banhistas no resort Sharm el-Sheikh, no Sinai. — Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters
A Península, entre os golfos de Suez (Egito) e de Áqaba (Jordânia), tem o formato de um triângulo dividida em Sinai do Norte e Sinai do Sul. Em uma das bases ela é banhada pelo Mar Mediterrâneo e na outra ponta, pelo Mar Vermelho.
Imagem mostra inauguração do Canal de Suez em novembro de 1869 — Foto: AFP
O Monte Sinai, também conhecido como Monte Horebe em hebraico e Jebel Muca, em árabe, é visitado há milhares de anos por fiéis de todo o mundo. A montanha de granito tem 2.285 metros de altura e atrai muitas pessoas, entre elas peregrinos viajam ao Egito para repetir os caminhos do profeta Moisés.
A trilha do Sinai é uma fusão de rotas antigas de peregrinação, comércio e contrabando. A região passou a receber trilheiros e foi apontada como uma das novas melhores caminhadas do mundo pela revista Wanderlust.
Em 2016, recebeu o prêmio de “melhor nova iniciativa turística” da organização britânica British Guild of Travel Writers. Embora existam trajetos mais longos e difíceis no Sinai, o monte é considerado um dos mais ricos em história, porque foi palco de várias passagens do Velho Testamento, e desde a antiguidade, é habitado por beduínos.
Estão lá a capela da Santíssima Trindade e o Mosteiro de Santa Catarina.
Mosteiro Santa Catarina, no Egito, é considerado patrimônio mundial da Unesco — Foto: REUTERS/Aladin Abdel Naby/File Photo
A capela que fica no topo do monte foi construída em 1934 sobre uma igreja do século XVI. O local é considerado por estudiosos religiosos o local onde Moisés teria encontrado a sarça ardente (arbusto descrito numa passagem da Bíblia no livro do Êxodo).
O mosteiro, aos pés do monte, também é conhecido. Lá estão a Igreja da Transfiguração , onde estão enterrados os restos mortais de Santa Catarina, a capela do arbusto ardente, a sacristia sagrada, o museu do mosteiro e o poço de Moisés, que, acredita-se, dá sorte no amor a quem bebe de sua água.
Desde 2002, o mosteiro é patrimônio mundial reconhecido pela Unesco, sendo considerado o mais antigo em funcionamento no mundo, e conhecido pela quantidade de manuscritos antigos que guarda. São mais de 3 mil documentos em grego antigo, árabe e eslavo.
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