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“Estamos nos retirando com muito cuidado”, disse Prigozhin em um vídeo postado em seu canal no Telegram.
Há cinco dias, ao anunciar a captura total de Bakhmut após quase dez meses de luta, o líder do Wagner declarou que suas tropas, após cumprirem sua missão, se retirariam a partir desta quinta para campos de treinamento nas áreas de retaguarda.
“Transferimos as posições aos militares, assim como munições e até comida”, detalhou.
Segundo ele, dois experientes combatentes do Wagner permanecerão em Bakhmut para apoiar o exército russo. A transferência deve ser concluída até 1º de junho.
“Vamos descansar, nos preparar, e depois receber outra missão”, declarou Prigozhin.
O governo ucraniano confirmou a troca de posições das forças inimigas. A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maljar, disse que as tropas do Grupo Wagner nos subúrbios de Bakhmut seriam substituídas por soldados russos regulares. Moscou não se pronunciou sobre o tema.
A Ucrânia rejeita a versão de Moscou de que a cidade esteja totalmente sob controle russo. Segundo Maljar, as forças armadas ucranianas controlam atualmente os subúrbios no sudoeste de Bakhmut.
Também nesta quinta-feira, a Ucrânia anunciou a libertação de 106 soldados ucranianos que haviam sido feitos prisioneiros enquanto defendiam Bakhmut.
“Entre os que retornaram do cativeiro, há alguns que haviam sido dados como desaparecidos”, disse o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, encarregado das negociações com a Rússia para a troca de prisioneiros de guerra.
Yermak descreveu todos os libertados como heróis – oito oficiais e 98 soldados e sargentos – e reiterou que o governo do presidente Volodimir Zelenski trabalha para libertar todos os reféns ucranianos da Rússia.
“Cada troca nos aproxima mais desse objetivo”, destacou.
Apesar de não ser considerada uma cidade estratégica, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ucranianos e russos, que perderam um grande número de soldados ao longo de quase dez meses.
Bakhmut é o atual epicentro do combate entre Rússia e Ucrânia; imagens mostram destruição
O líder do Wagner admitiu ter alistado cerca de 50 mil homens em prisões russas e estimou o número de mortos no lado ucraniano entre 50 mil e 70 mil.
Já os Estados Unidos estimaram as perdas russas na batalha de Bakhmut em quase 100 mil.
A campanha sangrenta em Bakhmut também revelou profundas tensões entre Prigozhin e o Ministério da Defesa russo, que ele repetidamente acusou de fornecimento insuficiente de armas e munições e de permitir que unidades regulares fugissem das posições assumidas pelo grupo paramilitar.
“Lutamos em Bakhmut não só contra o exército ucraniano, mas também contra a burocracia russa, que nos atravessou paus nas rodas, refiro-me especialmente aos burocratas próximos dos círculos militares”, disse o líder do Wagner no fim de semana, depois de anunciar a tomada de Bakhmut.
O chefe do Grupo Wagner afirmou ainda que o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, “transformaram esta guerra em entretenimento pessoal”, e que os “caprichos” deles custaram um grande número de baixas ao grupo paramilitar.
Por: G1
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