Eduardo Paiva Batista, de 39 anos, morreu após levar uma facada na porta do apartamento onde morava com Samantha e a filha, no bairro Liberdade, em São Paulo. Ele é natural de São Vicente, no litoral paulista. Segundo Boletim de Ocorrência, uma mulher de 24 anos, apontada como nova vizinha do casal, teria sido a responsável pelo crime. Ninguém foi preso. O caso é investigado pela Polícia Civil.
O homem se declarou para a esposa por meio das redes socais aproximadamente um mês antes de ser assassinado. Segundo Samantha, trata-se de uma das diversas demonstrações de carinho que Eduardo fazia diariamente.
“Você [Samantha] trouxe um significado para minha vida, que é servir e cuidar de você todos os dias que restam em minha vida”, escreveu Eduardo, em publicação nas redes sociais.
Eduardo se declarou para a esposa pouco mais de um mês antes de ser assassinado — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Eduardo e Samantha se conhecem desde a juventude. Os dois cresceram em São Vicente (SP), mas seguiram caminhos diferentes no início da fase adulta. Ambos se relacionaram com outras pessoas e, inclusive, tiveram filhos com elas antes do ‘reencontro’, que aconteceu em 2021.
“Eu me separei durante a pandemia [de Covid-19] e saí de São Paulo, onde estava morando, para voltar para São Vicente. Nos reencontramos. Ele tinha acabado de se separar também, e então começamos a namorar”, lembrou Samantha.
O reencontro, segundo ela, significou a realização de um dos ‘sonhos antigos’ de Eduardo. “Me contou que era ‘a fim’ de mim desde a adolescência. Ele estava realizado porque conseguiu tudo que queria: namorar a menina que sempre quis, casar e fazer uma família com ela. Eu e a nossa filha éramos tudo para ele” , comentou.
Homem é morto a facadas na frente da esposa após discussão em São Paulo — Foto: Reprodução
Segundo a esposa, Eduardo era uma pessoa alegre e cuidadosa com os familiares. “Era divertido e amoroso, quase ‘grudento’ de tão carinhoso”, brincou Samantha. “Ele adorava fazer essas declarações de amor pra mim”.
A mulher também descreveu o marido como um homem trabalhador e querido entre os amigos. “Ele trabalhava desde os 14 anos para conseguir comprar as próprias coisas. Além disso, sempre tratou as pessoas muito bem e queria ver todos sempre felizes. Era muito brincalhão”.
Além da filha de três meses, Eduardo também tinha um grande carinho pelo enteado, Gustavo Carvalho Firmino Moya, de 23 anos. “Ele costumava dizer assim: ‘Queria que fosse meu filho’. E, para mim, é. Sempre ligava para saber como ele estava”, finalizou Samantha.
Samantha diz que, por volta das 1h30 da última terça-feira (21), uma mulher começou a gritar por ajuda para entrar no prédio, que não tem serviço de portaria. O casal respondeu a mulher, que se identificou como uma nova moradora do edifício, e abriu o portão para ela. “Ele [Eduardo] desceu, abriu o portão, ela agradeceu e subiu para o apartamento.”
Mais tarde, por volta das 5h, um homem e uma outra mulher bateram na porta do apartamento do casal. A dupla reclamava que o casal teria “tirado” com a irmã deles, a nova moradora do prédio. O termo é utilizado para dizer quando uma pessoa trata outra de forma desrespeitosa.
“Ninguém ‘tirou’ ninguém, a gente ajudou ela. Ela pediu para abrir o portão porque estava com medo de ser assaltada na rua e estava sem chave.” Mesmo após explicarem o que aconteceu, Samantha disse que a dupla seguia com o mesmo pensamento.
“Aí eu me exaltei e falei: ‘Gente, vocês deveriam agradecer. A gente ajudou a irmã de vocês.’ Nisso, em questão de três minutos de conversa, a menina já tirou uma faca e acertou ele [Eduardo] com uma facada fatal”.
A suspeita pelo homicídio e o irmão dela fugiram logo na sequência. Eduardo, por sua vez, chegou a ser socorrido ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. A PM identificou a mulher que teria atacado a vítima e realiza buscas para encontrar ela e o comparsa, ainda não identificado. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.
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