Guimarães foi picado em 28 de dezembro. Ele contou ter acordado com o dedo inchado, doendo e foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, onde um médico cogitou ser uma ferida causada por uma aranha, mas o medicou e liberou. Mais tarde, o paciente voltou ao posto e contou ter achado aranhas-marrons em casa, mas teve o mesmo tratamento. Só no dia 29, recebeu o soro antiaracnídico.
Sobre a cirurgia, realizada no último sábado (13), disse ter sido tranquila, embora sinta dores. Ele também relatou casos de Síndrome do Membro Fantasma. “O cérebro ainda não identificou que não tem mais. Sinto coçar e nem tem o dedo. É muito estranho”.
“Agora é tentar acostumar com a nova condição. Dói um pouco porque, querendo ou não, arrancou [o dedo]. Por enquanto, estou aguardando o médico marcar o retorno”, disse Guimarães, que recebeu alta na última segunda-feira (15).
Síndrome do membro fantasma
A síndrome do membro fantasma é uma condição neurofisiológica. Portanto, assim como no caso de Guimarães, mesmo o membro tendo sido amputado, o cérebro dele continua acreditando que está lá. Devido a isso, alguns sentem dores e até coceiras nos membros amputados.
Garçom ficou com o dedo necrosado e precisará amputá-lo após ter sido picado por aranha-marrom enquanto dormia em Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal
Wilker Guimarães alegou ter sido vítima de negligência médica após ter ido duas vezes à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia e, segundo ele, nada ter sido feito. Na terceira vez, na UPA Central, foi quando recebeu o soro antiaracnídico.
“Foi uma negligência médica. Levei a picada e, após 2 horas, fui ao médico. Ele [médico] falou que poderia ter sido de aranha ou escorpião”, explicou. Apesar da avaliação, Guimarães disse que o profissional não receitou o soro.
Ao g1, ele contou ter levado a a picada em 28 de dezembro, quando acordou por volta das 7h com uma dor na mão. Passado algum tempo, ele começou a sentir o dedo latejar e notou um pequeno corte no local. Na UPA Samambaia, ele foi orientado a tomar antialérgico e remédios para dor.
Garçom encontrou algumas aranhas-marrons em casa após ter sido picado enquanto dormia em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Guimarães disse que voltou para casa e encontrou algumas aranhas no apartamento. Diante da situação, ele resolveu retornar à UPA para contar o que tinha visto, relatar os sintomas e informar sobre as orientações dadas pelo primeiro médico.
O médico do retorno, no entanto, o teria questionado se haviam receitado antibiótico. Depois, passou mais medicamentos para continuar o tratamento.
No dia 29, ainda com muita dor, o paciente resolveu ir à UPA Central. Na unidade, uma enfermeira viu o dedo roxo e questionou se Guimarães havia procurado um médico antes. Ele contou a história e foi transferido para a UPA Quietude, onde recebeu o soro antiaracnídico.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), informou que o paciente foi vítima de ferimento por picada de aranha, evoluindo com necrose de pododáctilo esquerdo [do dedo], o qual não tem relação com a realização do soro no início do quadro.
Segundo a administração municipal, o paciente está internado e sob os cuidados da ortopedia. Ele aguarda a delimitação da necrose para amputação do dedo afetado. A Sesap disse, ainda, que vai apurar o caso
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