Uma organização criminosa usava pessoas, conhecidas como “mulas”, para levar entorpecentes à Europa através de navios de cruzeiros que partiam do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. A Polícia Federal descobriu o esquema e prendeu Gabriel Luis Haensch, considerado o principal articulador e comandante da logística do transporte de entorpecentes da organização.
Os indícios do envolvimento de Gabriel no tráfico internacional de drogas foram comprovados após a Polícia Federal (PF) apreender 18,2 kg de cocaína no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, em Santos, em abril de 2022.
Segundo a PF, a droga estava escondida nos fundos falsos de malas de três passageiros de um navio de cruzeiros, que fazia a última escala em Santos para prosseguir viagem para Barcelona, na Espanha.
Durante as investigações, foram encontradas conversas em aplicativos de mensagens em que Gabriel orientava os três passageiros do que deveria ser feito. Sendo assim, ficou comprovado que ele seria o principal articulador e comandante da logística do transporte de entorpecentes de uma organização criminosa.
Os três passageiros que foram detidos pela PF em Santos foram: Jaqueline da Silva Militão, Cassiana Tomé Marcolino e Murilo Mello Balsini. Eles foram condenados pelo crime de tráfico de drogas, mas as mulheres respondem ao processo em liberdade. Não há informação, porém, sobre a prisão do homem.
A prisão preventiva de Gabriel foi decretada pelo juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, em maio de 2024. O mandado foi cumprido nesta semana e ele passou por audiência de custódia na Vara Federal Criminal de Santos, na quinta-feira (11). Por ser membro de uma facção, a Justiça pediu que ele fosse levado para um presídio de segurança máxima.
Navio de cruzeiros atracado no Porto de Santos, SP (imagem ilustrativa) — Foto: Mariane Rossi/g1
O g1 teve acesso ao depoimento de Jaqueline e Cassiana em que elas explicaram o método adotado pela organização criminosa e chefiado por Gabriel. “O modus operandi adotado pelo grupo de criminosos seria usar ‘mulas’ para enviar cocaína ao exterior”, afirmou o juiz federal Roberto.
Jaqueline disse que conheceu um homem pela internet que ofereceu R$ 30 mil para levar um ‘bagulho’ em um navio de cruzeiros para Europa. A promessa foi de que a quantia seria entregue quando chegasse no destino e cada uma das mulheres teriam US$ 700 para gastar durante a viagem.
De acordo com Cassiana, as malas e os bilhetes de embarque foram entregues no hotel, onde se hospedaram em Santos, e que elas faziam o que era orientado em aplicativos de mensagens. Jaqueline, por sua vez, alegou que pegou a bagagem em uma rua deserta em Florianópolis (SC).
Conforme relatado pelos policiais federais, que encontraram os entorpecentes com o apoio de cães farejadores, a cocaína do trio estava escondida em fundos falsos de malas de viagem da mesma marca e de modelos parecidos.
A dupla afirmou que não sabia que tinha drogas dentro das malas. Segundo o documento da sentença, as mulheres sabiam que estavam transportando entorpecentes e as contradições dos depoimentos mostram o empenho de mostrar que eram apenas “mulas do tráfico”.
O g1 entrou em contato com as Polícias Civil e Federal do Estado do Paraná, onde Gabriel foi detido, para mais informações sobre a prisão dele, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. A equipe também solicitou um posicionamento das defesas dos envolvidos e aguarda um retorno.
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Por: G1
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