Anderson de Oliveira Freitas, o policial militar acusado pelo assassinato, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça após passar um ano e sete meses preso.
O júri popular teve início no dia 14 de julho, no Fórum de São Vicente, mas foi suspenso e retomado na terça-feira (16) após a defesa do réu abandonar o plenário.
No mesmo dia, o prefeito Kayo Amado (Podemos) promulgou a lei com base no projeto de lei de autoria do vereador Rodrigo Digão (PP). Ela determina que uma praça situada entre a Rua Helvetia, a Rua Graciliano Ramos e a Avenida do Contorno, no bairro Jóquei Clube, passe a se chamar Jadielson da Silva Almeida “MC Primo”.
Mais de dez anos após morte de MC Primo, perícia aponta que projétil foi disparado de pistola que pertencia a Polícia Militar de SP — Foto: Reprodução
A maioria dos jurados votou pela absolvição durante o julgamento na última terça-feira. De acordo com a TV Tribuna, afiliada da Globo, uma testemunha protegida foi ouvida, além da mãe da vítima, um major da Polícia Militar, o pai e a esposa do réu.
A defesa de Anderson ainda levou um assistente técnico, que apresentou um documento alegando que a bala, relacionada ao policial na investigação, não era de Anderson. O parecer ainda apontava quebra de cadeia de custódia, ou seja, interrupção da lógica da sucessão das provas.
Conforme a defesa, a arma que teria sido usada no crime ficou desaparecida quando, na verdade, estava na Sede do CPI-6 da Ponta da Praia, em Santos. A acusação contestou a versão e alegou que uma perícia oficial da polícia foi realizada na época do crime.
MC Primo, morto em 2012, durante show — Foto: Reprodução
Segundo o assistente de acusação Eugênio Malasavi, o objetivo era que o acusado fosse condenado por homicídio qualificado, podendo ser condenado de 12 a 30 anos. Em contrapartida, o advogado de defesa Emerson Lima Tauyl alegou inocência do réu.
Ao fim da audiência, a maioria do júri decidiu pela absolvição por entender haver falta de provas suficientes para condenação de Anderson. Ele trabalhava como policial militar até ser preso no Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista.
Ao g1, Eugênio Malavasi informou que a acusação já entrou com recurso pedindo a anulação do julgamento. “Os jurados decidiram afrontando o laudo de confronto balístico e o reconhecimento pessoal da testemunha protegida”, disse, em nota.
“A gente ficou sem resposta. Um dia vai vir Justiça, não sei quando, tenho nem ideia. Mas, Deus vai me mostrar”, lamentou a mãe da vítima, Maria Silene da Silva, em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo.
Em dezembro de 2022, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia na qual um exame pericial comprovou que um dos 11 projéteis que atingiram a vítima saiu da arma de fogo de Anderson, que teve a prisão preventiva decretada.
Conforme apurado pelo g1 na época, ao ser interrogado em juízo, o acusado negou o crime descrito na denúncia e disse que não trabalhou como PM na data dos fatos, pois era folga dele. Ele ainda declarou que não conhecia a vítima antes dos fatos serem veiculados.
O juiz, porém, relatou na sentença que Anderson foi visto cumprimentando MC Primo horas antes do crime. Ainda de acordo com o documento apresentado pelo MP-SP, a “execução foi realizada por grupo criminoso armado”, mas, até o momento, “apenas um dos criminosos foi identificado, tratando-se de um policial militar”.
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