Uma mulher, de 24 anos, encontrou um ‘corpo estranho’ dentro de uma lata de milho. A moradora de Santos, no litoral de São Paulo, contou ao g1, nesta quinta-feira (18), que iria usar os grãos no preparo de um omelete, mas acabou sem comer. A equipe de reportagem entrou em contato com a empresa Bonduelle mas não teve resposta.
A mãe da jovem, Vivian de Campos, de 45, disse que não faz a mínima ideia do que encontrou no interior da lata, mas disse que sequer conseguia ver o milho. “Estamos cada vez mais na dependência de produtos industrializados e colocando nossa saúde em risco”.
O g1 ouviu a doutora em Alimentos e Nutrição e professora da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Sabrina Alves Lenquiste, que, com base nas imagens, disse que o milho pode estar contaminado com fungos. (leia mais abaixo)
Vivian contou que a situação causou uma sensação de ‘nojo’ na filha. A jovem, inclusive, falou que não vai voltar a comer milho tão cedo.
“Quando ela abriu, deparou-se com aquilo. Até fiquei com medo achando que fosse um bicho. Fiquei com medo de chegar perto”, disse a mãe.
A jovem comprou quatro latas do produto em um supermercado no bairro Embaré, no último domingo (14). Dessas, uma estava normal e outras duas ainda não abriu. “Esperamos que não aconteça com mais ninguém e com nenhum alimento”.
Vivian entrou em contato com a empresa e disse ter escutado um pedido de desculpas pelo ocorrido. A empresa teria dito que irá ressarci-la com outros produtos. “Me sinto um pouco lesada pelo fato estranho de não ter defeito na lata e vir aquele negócio dentro”.
‘Corpo estranho’ foi encontrado por consumidora, em Santos (SP), dentro de lata de milho — Foto: Arquivo Pessoal
A doutora em Alimentos e Nutrição e professora da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Sabrina Alves Lenquiste, explicou ao g1 que os alimentos enlatados passam por diversas etapas durante a cadeia produtiva visando assegurar a qualidade e durabilidade dos produtos.
“O método de conservação utilizado para os enlatados é a apertização, uma esterilização do alimento já acondicionado em recipiente hermético e lacrado”, disse Sabrina.
Apesar disso, falhas em etapas de pré-processamento, como a seleção e sanitização da matéria-prima fazem com que o alimento mantenha alta carga microbiológica.
Tal fato, associado a subprocessamento térmico, resfriamento inadequado e contaminação por vazamento no envase contribuem para não haja redução e eliminação da carga microbiológica.
Sabrina afirmou que o milho pode estar contaminado com fungos, especialmente das espécies Aspergillus flavus e Fusarium verticillioides, que são deterioradores e podem levar a alterações no alimento.
A especialista citou que tais fungos são similares ao ‘corpo estranho’ encontrado no milho enlatado comprado pela filha de Vivian — Sabrina fez a observação com base na foto.
O consumidor não deve retirar apenas a parte estragada, pois a condição indica falha na esterilização e possível contaminação, podendo causar graves infecções e intoxicações alimentares, como o botulismo.
“Quando observada qualquer alteração nas características do alimento enlatado, como pedaços escurecidos, endurecidos, odores e alterações de coloração, o alimento deve ser descartado”, disse Sabrina.
Ela também afirmou a importância de nunca consumir enlatados que estejam com a lata amassada, enferrujada, estufada ou com qualquer alteração na vedação, pois indica contaminação microbiológica ou química.
Mulher encontrou ‘corpo estranho’ ao abrir lata de milho para rechear omelete, em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
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