A tocha chegou a Marselha, cidade portuária no sul da França, após uma viagem de 12 dias que partiu da Grécia, em uma caravela de 128 anos de idade chamada Belem. Segundo a Reuters, a embarcação costumava transportar açúcar das colônias francesas nas Índias Ocidentais para a metrópole, uma prática herdada do colonialismo praticado pelos europeus a países de outros continentes do mundo.
A tocha foi desembarcada pelo nadador Florent Manaudou, campeão olímpico francês dos 50 metros livres masculinos em 2012, que a entregou para a atleta paralímpica Nantenin Keita, medalhista de ouro nos 400 metros nos Jogos do Rio em 2016.
Nantenin Keita então passou a tocha para o rapper Jul, nascido em Marselha, que acendeu uma pira simbólica diante de uma multidão de 150.000 pessoas que acompanhavam a cerimônia. A pira olímpica será acendida na abertura dos jogos, em 26 de julho.
“Paris 2024 escolheu dois atletas, um olímpico e uma paralímpica, para a chegada da tocha a Marselha. Esse primeiro revezamento em solo francês simboliza a ambição de aproximar e unir os Jogos Olímpicos (de 26 de julho a 11 de agosto) e Paralímpicos (de 28 de agosto a 8 de setembro)”, ressaltou o Comitê Organizador dos jogos.
Rapper francês Jul acende pira olímpica simbólica durante cerimônia de chegada da tocha à França em 8 de maio de 2024. — Foto: LUDOVIC MARIN/Pool via REUTERS
O presidente da França, Emmanuel Macron, esteve presente na cerimônia e comemorou a chegada da tocha: “Marca o fim dos preparativos, os Jogos chegam à vida do povo francês. A chama está aqui, podemos nos orgulhar”, disse.
De Marselha, a tocha seguirá em excursão pela França e vai cruzar o país em cerca de 11 semanas até chegar a Paris. Até chegar à cidade-sede dos jogos, em 26 de julho, ela será transportada por cerca de 10 mil condutores antes da cerimônia de abertura dos Jogos.
Tocha olímpica chega à França, em Marselha, em 8 de maio de 2024. Rapper francês Jul acendeu pira olímpica simbólica para marcar a ocasião. — Foto: Denis Balibouse/Reuters
Aviões com as cores da França sobrevoam porto de Marselha, no sul do país, durante chegada da tocha olímpica em 8 de maio de 2024. — Foto: Denis Balibouse/Reuters
Cerca de 7.000 policiais, incluindo atiradores de elite e unidades caninas, garantiram a segurança no Porto Velho de Marselha durante a cerimônia, em operação considerada um grande teste para os jogos de Paris 2024, com a França em seu mais alto estado de alerta de segurança em meio a um contexto geopolítico complexo.
“Há uma enorme questão de segurança em jogo. Estaremos prontos. Estaremos alertas até o último segundo”, disse Macron.
“É um nível de segurança sem precedentes”, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin. “A vida continua em Marselha, mas sob grande segurança”, completou.
Em vez de uma cerimônia de abertura tradicional, realizada em um estádio, a França planejou um desfile de rio suntuoso ao longo de um trecho de seis quilômetros do Sena, terminando aos pés da Torre Eiffel.
Pedidos por cessa-fogo mundial
Competições esportivas há muito tempo oferecem às nações a oportunidade de exercer poder suave e avançar em seus objetivos geopolíticos. Nesta semana, o presidente chinês, Xi Jinping, manifestou apoio ao apelo de Macron por um cessar-fogo global durante os Jogos de Paris 2024.
Suspender conflitos armados sob um “cessar-fogo olímpico” é uma tradição de longa data. Autoridades francesas esperam que o endosso de Xi seja um sinal de que ele poderia usar sua influência para persuadir a Rússia a honrar um cessar-fogo na Ucrânia quando o presidente Vladimir Putin viajar para a China ainda este mês.
Paris, por sua vez, passou a desempenhar um papel cada vez mais importante nas estratégias diplomáticas e comerciais da França.
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