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Brasileira relata como é viver em cidade ameaçada por vulcão na Islândia: ‘Terremotos de 3 em 3 minutos’

today27 de novembro de 2023 8

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Os correspondentes Felipe Santana e Alex Carvalho encontraram uma brasileira, que está grávida e precisou abandonar a própria casa.

Jessica e o marido Issac vivem em Grindavik, na Islândia, cidade que teve de ser esvaziada por causa de um vulcão. — Foto: Reprodução/Fantástico



“Os terremotos tavam, não sei, de cinco em cinco minutos. De três em três minutos. Não parava. Não parava”, desabafa Jéssica, brasileira que está grávida e prestes a dar à luz.

Jessica e o marido Issac vivem em Grindavik, na Islândia, cidade que teve de ser esvaziada por causa de um vulcão. Foi no resort de luxo de Blue Lagoon que ela ganhou a vida no país, onde começou trabalhando na limpeza até virar chef de cozinha. Mas quando comprou a casa, há quatro anos, não imaginou que passaria pelo que está vivendo agora: a iminência de uma erupção.

“A gente sabia [que tinha o vulcão], mas 800 anos de vulcão inativo nessa área, a gente nunca ia pensar que ia entrar em erupção justamente quando a gente resolve comprar uma casa lá em Grindavik”, relata.

A cidade de pescadores tem 3 mil habitantes e fica no sudeste do país. Ao lado, está o vulcão adormecido Fragadasfiall, mas assim que Jessica se mudou, o gigante acordou.

“Isso é a coisa mais incrível da minha vida. Tá muito quente aqui”, conta ela em um vídeo.

O vulcão entrou em erupção todos os anos desde que ela se mudou, mas sempre de forma controlada e sem lava escorrendo para a cidade. Há duas semanas, no entanto, a situação mudou. “As pessoas começaram a sentir ‘chutes’ de dentro da terra”, conta a brasileira.

“Gente, é muito terremoto. Não para. A gente estava arrumando as coisas, pegando tudo para ir embora. Tá colocando tudo no carro agora. A gente vai embora”, continua a brasileira, chorando.

Agora, Jéssica não sabe se e quando poderá voltar para a casa. Ela e o Isaac estão num apartamento emprestado na capital da Islândia.

“Agora eu estou com vontade de chorar, porque eu não consigo ver as coisas. (…) Eu quero ir pra minha casa”, diz.

A brasileira fala sobre o sentimento de incerteza. “A gente quer que o vulcão entre em erupção agora, porque mesmo que destrua a nossa casa, pelo menos a gente sabe o que vai acontecer. Agora, nesse momento, a gente tá vivendo num limbo”, explica.

Repórter Felipe Santana mostra cratera em cidade na Islândia. — Foto: Reprodução/Globo

No Centro da cidade, é possível ver na avenida principal uma cratera grande que se abriu. Por ela, sai uma fumaça vinda de água quente.

A qualquer momento a cidade poderia explodir, mas as autoridades garantiram que conseguiriam prever pelo menos 30 minutos antes.

Outra cratera cortou um canteiro ao meio e não é possível sequer ver o fundo dela. Uma fissura atravessa a cidade toda. Atingiu um quintal e atravessou toda a casa.

Explicação científica para o fenômeno

O interior da Terra é uma grande bola de fogo. As placas tectônicas são grandes blocos de rocha que formam a crosta terrestres e a Islândia é uma ilha exatamente entre duas dessas placas que se afastam muito lentamente o tempo todo.

Na Islândia, é possível perceber por que tem tanto vulcão na região. Uma fenda mostra a divisão entre a placa tectônica do continente europeu à placa do continente norte-americano. E elas continuam se afastando.

O Centro Meteorológico Islandês detectou haver uma veia pulsante de lava em direção à superfície que corta toda a península de Reykjanes, onde fica Grindavik. É esse movimento que está fazendo a terra tremer e subir. Ou seja, dessa vez a lava não deve espirrar de um cone de vulcão, mas em forma de uma grande fissura.

Por conta dessa atividade vulcânica, em muitos lugares da Islândia a água brota da terra fervendo. No entanto, com o vento forte e o frio, ela evapora assim que toca o ar.

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Por: G1

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