De acordo com a Cetesb, a praia é considerada imprópria quando as amostras coletadas apresentam mais de 100 unidades formadoras de colônias (UFC) de enterococos [bactérias fecais] por 100 ml.
Conforme o boletim publicado na última quinta-feira (6), todas as praias de ambos municípios estão avaliadas como ‘impróprias para banho’. Confiras os trechos analisados:
- Santos: estão classificadas como impróprias as praias da Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e os dois trechos monitorados da praia do José Menino (próximos à rua Olavo Bilac e à avenida Frederico Ozanan).
- São Vicente: estão impróprias para banho as praias da Divisa, Itararé (Posto 2), praia da Ilha Porchat, praia dos Milionários, Gonzaguinha e Prainha.
Praias de São Vicente e Santos estão impróprias para banho — Foto: Reprodução/Cetesb
A companhia destaca que as chuvas contribuem negativamente para a balneabilidade, uma vez que maior volume da água dos rios chega ao mar. Além disso, nesses episódios há grande quantidade de esgotos, lixo e outros detritos que são levados ao mar, ocasionando a queda na qualidade da água.
Trecho de praia no bairro Aparecida — Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna Jornal
A Cetesb aponta que a água, quando imprópria, pode aumentar o risco de contaminação e doenças como: Hepatite A, cólera, febre tifoide, entre outras, sendo a mais comum a gastroenterite, que pode causar enjoo, vômitos, dores de estômago, diarreia, dor de cabeça, febre, infecções dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.
“O fato da praia estar imprópria não significa que todas as pessoas que se banharem no local irão contrair alguma dessas doenças. Isso depende das condições imunológicas de cada um e do tipo de exposição de cada um – se fica muito tempo na água, se mergulha a cabeça, se engole água”, explica a companhia.
Ao g1, a Prefeitura de Santos informou que o principal fator que determina os níveis de balneabilidade é a rede coletora de esgoto, de responsabilidade da Sabesp, com a qual a administração desenvolve várias ações conjuntas, visando apoiar a concessionária do serviço.
O município destacou ainda que a cidade possui 99% de ligação de esgoto e todo o sistema é interligado ao emissário submarino, que despeja o material, após tratamento, a 4,5 km do litoral.
A Secretaria de Meio Ambiente (Semam), no entanto, entende que há uma relação direta entre a balneabilidade e o volume de tratamento de efluentes lançados por todos os emissários submarinos existentes nos demais municípios da Baixada Santista.
Ainda pontuou que, em Santos, há questões geográficas a serem consideradas, notadamente o fato de praias estarem inseridas em uma baía, com conexão direta com o canal do porto e municípios vizinhos, dos quais sofrem influência direta, principalmente no que se refere às ligações irregulares e/ou clandestinas nestas cidades.
A administração ainda ressaltou que as ações voltadas ao saneamento básico, condição fundamental para a balneabilidade das praias, são também uma prerrogativa da Sabesp, por meio de contrato com o município.
A prefeitura destacou ainda que possui ações e projetos sobre resíduos sólidos urbanos nas praias, como o Programa Detecta, Beco Limpo, Ecofábricas, Programa de Identificação das Fontes de Resíduos marinhos, além de barreiras com plantas aquáticas instaladas nos canais.
Durante o verão, a Semam, em parceria com demais órgãos da Prefeitura, intensifica as ações de fiscalização e educação ambiental na faixa de areia e nos parques, Aquário, Orquidário e Jardim Botânico Chico Mendes.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São Vicente, mas não teve um retorno até a última atualização da reportagem
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