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Inicialmente, o governo de Israel havia bloqueado a entrada de água, alimentos, eletricidade e combustível em Gaza. No entanto, apelos da comunidade internacional e, principalmente, um encontro com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em Tel Aviv, convenceram Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, a autorizar o envio de ajuda humanitária para o território.
Um porta-voz da Presidência egípcia disse na quarta-feira (19) que estava coordenando, junto com os norte-americanos e com organizações humanitárias internacionais sob a supervisão da ONU, uma forma de garantir a chegada de ajuda.
Num comunicado, o gabinete de Netanyahu afirmou que “não impedirá” as entregas de alimentos, água e medicamentos, desde que os fornecimentos não cheguem ao Hamas. Não houve menção a combustível, que é essencial para abastecer os geradores dos hospitais locais.
“O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
A CNN reportou na noite de quinta-feira (19) que a abertura da passagem pode atrasar. “Eu não apostaria dinheiro de que aqueles caminhões passarão amanhã”, disse uma fonte familiarizada com as discussões, explicando que a situação era “volátil”.
Após o ataque massivo do grupo terrorista Hamas contra Israel no último dia 7, que matou centenas de pessoas, o país impôs um bloqueio total ao território palestino, interrompendo a entrada de água, comida, combustível e eletricidade. Desde então, a situação para os mais de 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza vem se deteriorando rapidamente.
“O direito humanitário internacional é muito claro: você não pode fazer uma população inteira passar fome. Você não pode usar ajuda, comida ou água como um instrumento de guerra para qualquer fim político ou militar”, afirmou Marwan Jilani, diretor geral da organização Crescente Vermelho para a Palestina (como é chamada a Cruz Vermelha em países islâmicos), à emissora Al Jazeera.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o cenário é desastroso: não há eletricidade desde o dia 11, a insegurança alimentar só aumenta e o sistema de saúde está à beira do colapso.
Agências da ONU já alertaram que o território só tem comida para menos de uma semana e que a usina de dessalinização de água de Gaza foi desligada, aumentando o risco de mais mortes por falta de água, desidratação e doenças por ingestão de água contaminada.
Ajuda humanitária — Foto: g1
Os postos de controle conhecidos como passagem de Rafah são o único lugar em que é possível cruzar do Egito para a Faixa de Gaza, ou ao contrário, e ficam localizados na cerca de quase 13 km que separa o território palestino da península do Sinai.
A passagem é a única que não é controlada por Israel, mas tanto os israelenses quanto os egípcios já mantinham o local fortemente controlado antes da guerra. São quase 17 anos de controle por ar, terra e mar imposto contra o território, mantendo a Faixa de Gaza praticamente isolada do resto do mundo.
O bloqueio total em resposta ao ataque do Hamas piorou a situação. Mais de 1 milhão de palestinos deixaram suas casas no norte do território palestino após as ordens de evacuação de Israel.
Rafah, cidade fronteiriça ao sul, se tornou a única esperança para quem tenta deixar Gaza. É lá que estão milhares de palestinos e centenas de estrangeiros, incluindo brasileiros, que esperam resgate.
No início do conflito, Israel bombardeou os postos de controle, o que tornou a movimentação por Rafah mais difícil. Agora, o governo do Egito está realizando obras nas estradas para garantir a passagem dos caminhões que levam ajuda.
Israel ataca única passagem para fora da Faixa de Gaza
Máquinas para reparar estradas foram enviadas, através da fronteira de Rafah, com o objetivo de preparar a passagem, informaram à Reuters fontes de segurança na quinta-feira (19).
De acordo com a agência de notícias palestinas WAFA, na quinta-feira (19) ao menos 30 pessoas foram mortas por bombardeios em várias áreas da cidade de Rafah, um indicativo das dificuldades e perigos de enviar ajuda pela região.
Egito anuncia envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza
Os mantimentos estão no Aeroporto Internacional de Al-Arish, no Egito, a 44,5 quilômetros de Rafah. De lá, o carregamento terá que seguir por terra até o posto na fronteira com a Faixa de Gaza.
Após deixar o carregamento em Al-Arish, a aeronave e a tripulação brasileira decolaram para o Cairo, onde aguardam a liberação para buscar os cerca de 30 brasileiros na Faixa de Gaza que manifestaram desejo de voltar ao Brasil.
Uma enorme fila de mais de 100 caminhões aguarda do lado egípcio para poder cruzar para dentro de Gaza com 3.000 toneladas de mantimentos.
“Nós temos ajuda suficiente para um longo período de tempo”, disse à DW um funcionário de uma organização humanitária que está em Rafah. “Temos comida, laticínios, vegetais, remédios.”
Há ainda mais ajuda no aeroporto El Arish, na costa nordeste do Egito, próximo a passagem. Segundo o “The New York Times”, a União Europeia (UE) contratou um avião de carga que chegou ao aeroporto na terça-feira (17).
Por: G1
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