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O resultado considera a mediana das previsões de 20 analistas locais e estrangeiros. Já os dados oficiais de inflação no país serão divulgados na próxima quinta-feira (11) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec).
A previsão de forte alta no índice de preços vem em meio ao cenário desafiador que o país enfrenta, com uma inflação anual que deve chegar a 200%, uma das mais altas do mundo.
A disparada inflacionária tem relação com as medidas anunciadas em dezembro pelo novo presidente do país, Javier Milei (veja mais abaixo). Entre elas, está a forte desvalorização do peso, que potencializou justamente o aumento dos preços.
O presidente ultraliberal — que assumiu o cargo no mês passado em meio à repulsa dos eleitores em relação à classe política — promoveu uma desvalorização de mais de 50% da moeda argentina, considerada debilitada e artificialmente forte.
Isso desencadeou uma onda de inflação reprimida, com o forte ajuste de preços de alimentos, vestuário e transporte, até então represados.
Um dos objetivos da medida de Milei é reduzir a diferença entre a taxa de câmbio oficial e as taxas paralelas amplamente utilizadas no país.
“A aceleração [da inflação] foi claramente impulsionada pela acomodação dos preços que foi artificialmente atrasada”, explicou à Reuters o economista-chefe da Fundación Libertad y Progreso, Eugenio Mari.
“O principal fator foi a taxa de câmbio no atacado. Isso elevou os preços dos bens comercializáveis, especialmente em alimentos e bebidas, que aumentaram cerca de 35% ao mês.”
As projeções dos analistas ouvidos pela Reuters variam de 16,9% a um pico de 31,5% para o mês.
O próprio presidente Javier Milei reconheceu que a inflação provavelmente ficará em torno de 30% em dezembro — e que o resultado poderia ser pior.
A inflação galopante tem aumentado nos últimos anos na Argentina devido a fatores como os profundos déficits fiscais, a baixa confiança no peso e a impressão de dinheiro para financiar o governo. O resultado é a pior crise econômica do país em duas décadas.
Novas medidas econômicas anunciadas por Milei geram polêmicas
Entre outros pontos, o decreto desregulamentou o serviço de internet via satélite e a medicina privada, flexibilizou o mercado de trabalho e revogou uma série de leis nacionais.
As mudanças incluem também a conversão de diversas empresas estatais em sociedades anônimas, facilitando o processo de privatização dessas instituições.
Um dia antes, o Judiciário já tinha suspendido a reforma com uma primeira medida cautelar. As duas decisões foram tomadas pelos mesmos juízes, mas elas se originaram de ações distintas, cada uma protocolada por uma central sindical diferente.
A decisão mais recente determina que é preciso dar uma ordem liminar até que haja uma decisão definitiva do caso porque há um grande risco de conflito social e a possibilidade de violência.
Entre as medidas anunciadas por Milei, estão:
Por: G1
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