A Nicarágua proibiu as celebrações públicas da Semana Santa da Igreja Católica pelo segundo ano consecutivo, em meio a outras medidas repressivas que também afetaram organizações protestantes.
Tradicionalmente, durante a Semana Santa que antecede a Páscoa, a Igreja Católica organiza coloridas procissões religiosas nas ruas das vilas e cidades de toda a Nicarágua. No entanto, o regime, liderado por Daniel Ortega, tomou medidas para limitar essas celebrações, restringindo-as ao interior dos edifícios da igreja. Recentemente, a vice-presidente Rosario Murillo, esposa de Ortega, indicou que as autoridades substituirão as procissões religiosas tradicionais por “procissões populares” que propagam a ideologia comunista.
Em resposta às críticas de perseguição à Igreja Católica, Murillo afirmou que “se estão prendendo um padre, deve ser por algum motivo”, informou o meio de comunicação Gaceta de la Iberosfera.
Além da Igreja Católica, as organizações protestantes também têm sido alvo das medidas repressivas do governo de Ortega. Desde 2021, o governo fechou ou dissolveu 342 organizações religiosas, sendo a maioria delas associadas a organizações evangélicas. Essas ações fazem parte de um padrão mais amplo de fechamento de ONGs, com 256 organizações evangélicas encerradas desde então.
As medidas do governo têm sido particularmente duras com os líderes católicos que criticaram o regime. Desde 2018, mais de 203 padres e freiras foram exilados ou presos, e a repressão continua. O regime de Ortega tem sido acusado de condenar líderes religiosos a penas de prisão em julgamentos considerados ilegais pela comunidade internacional.
Essa repressão tem causado um profundo efeito sobre os líderes católicos, que se sentem cada vez mais ameaçados ao denunciarem os abusos do governo. O medo de retaliação tem silenciado muitos deles, alimentando um clima de medo e repressão no país.
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