Fifa abre processo sobre beijo forçado de dirigente espanhol em jogadora e diz que gesto viola Código Disciplinar

Rubiales deu um beijo na boca de Hermoso no domingo (20) durante a entrega de medalhas na final da Copa do Mundo feminina, na Austrália, da qual a Espanha foi campeã. O gesto gerou fortes críticas e repercussões negativas. O primeiro-ministro espanhol condenou a atitude, que duas de suas ministras chamaram de violência sexual.

O artigo 13.º do código trata do “comportamento ofensivo” de jogadores e dirigentes, particularmente da “violação das regras básicas de conduta decente” e do “comportamento de uma forma que traga descrédito ao desporto”.

Na quarta-feira (23), Rubiales já foi denunciado ao Ministério Público da Espanha pelo crime de agressão sexual, o mesmo pelo qual responde o brasileiro Daniel Alves.

Ele ainda é alvo de outras duas investigações no Conselho Superior de Esportes da Espanha. Na quarta-feira, a Liga Profissional Feminina de Futebol da Espanha exigiu a demissão de Rubiales.

O conselho fará uma reunião extraordinária na sexta-feira (25) para debater e se decidir sobre o caso.

A jogadora Jenni Hermoso se pronunciou sobre o caso na quarta-feira (23) pela primeira vez desde que o caso se tornou polêmico. Através de um sindicato a que pertence, Hermoso disse que condena o ato e vai exigir “medidas exemplares”.

Foi a primeira vez que Hermoso falou desde que voltou à Espanha, na segunda-feira (21). Havia bastante dúvida sobre sua posição.

Em um primeiro momento, ela reclamou da atitude durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais logo após a partida, no vestiário. “Eu não gostei, viu?”, disse, ao ser questionada por colegas sobre o beijo.

Na quarta (23), uma reportagem do site espanhol “Relevo” afirmou que Rubiales chegou a pressionar a jogadora para que ela gravasse um vídeo a seu lado respaldando a versão do dirigente de que se tratava apenas de “um gesto de carinho entre amigos”. Ela negou o pedido.