A liberdade religiosa no Brasil parece estar cada vez mais ameaçada, com pastores sendo denunciados por pregações compartilhadas nas redes sociais, como no caso envolvendo o pastor Jack, da Igreja Vintage, de Porto Alegre.
O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e a Associação Nacional de Juristas Islâmicos (Anaji) fizeram uma representação criminal e notificaram extrajudicialmente a Igreja Vintage após pregação.
Na mensagem, gravada e publicada nas redes sociais na semana passada, o pastor Jack afirmou que religiões afro, budistas e islâmicas prometem paz, prosperidade e salvação, mas são falsas promessas.
“Religiões afro são satânicas. Budismo, demoníaco. Islamismo, demoníaco. Entenda você que os demônios sempre farão promessas para você. Os demônios fazem promessas —e, primeiro, promessas de poder. ‘Ah, se eu fizer tal coisa, se eu fizer tal trabalho’. Umbanda, batuque é demônio. ‘Ai, mas isso é por questão racial’. Não. Religiões afro são satânicas”, afirmou Jack.
Tanto o Idafro e a Anaji acusaram o pastor de promover conteúdo “difamatório, degradante, discriminatório e criminoso”, desconsiderando que a pregação foi ministrada em ambiente de culto, que é protegido pela Constituição.
Além de notificar o pastor, eles também notificaram à Meta, empresa responsável pelo Instagram, com o objetivo de censurar o conteúdo religioso.
“A reiteração de vitupérios tais como ‘demônio’, ‘satanás’ e ‘mundo espiritual maligno’ associadas às religiões islâmicas, afro-brasileiras e budistas refoge flagrantemente à narrativa proselitista, degenerando para o discurso de ódio religioso censurado constitucionalmente e reiteradamente reprimido por nossos tribunais”, acusaram.
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